16 outubro, 2006

MINHA VIDA, MINHA HISTÓRIA, MEU AMOR.


( Referência à partida, Corinthians x River Plate, Pelas 8ªs de final da Copa Libertadores de 2006)

São Paulo, 05 de Maio de 2006.

Estive no estádio do Pacaembu ontem. Fui até lá para tentar construir no inconsciente do torcedor corinthiano a certeza da vitória. Como se estivesse ao meu alcance, com palavras serenas e calmas, garantir que desta feita, as coisas seriam realmente diferentes do que sempre são.
Para tanto, enchi-me de respiração abdominal; um bom cigarrinho e umas três cervejinhas. Evoquei as cores e luzes da mamãe, a imagem do filhinho do Zé Luis esperando o gol do Tevez, de fora da área, que eu prometera; mesmo porque, bastava enumerar os bons jogadores de cada time e perceber que desta vez venceríamos, ainda que soubesse da fragilidade de nossa defesa.
Estava calmo, ou quase, mas não convencido, tentei em vão, não convenci ninguém. Talvez por breves segundos, apenas entre o lance do gol, pacificador de espíritos e o chute para fora, quando deveria servir a Tevez, livre na pequena área, ambos assinalados por Nilmar.

O corinthiano matreiro, cheio de cicatrizes no coração sabe identificar os sinais da má vontade do destino. Silêncio e intervalo.

Tudo Continuou acontecendo de maneira assustadoramente natural. Saí da posição em que estava para ter uma melhor colocação nos lances do 2º tempo. O sentimento de intranqüilidade que emanava das arquibancadas de certo contagiava os jogadores e tudo ficou mais evidente no momento em que o River Plate empatou.
A soma de uma sucessão de erros e todo o desequilíbrio emocional da torcida impediam qualquer reação. A seqüência de acontecimentos era um roteiro já conhecido, sofrimento do imaturo torcedor corinthiano, que transforma um sonho em obsessão e tudo isso em fracasso.

Para ganhar a Libertadores é necessário planejamento. Sintonia no quadro diretivo do clube. Um bom treinador é quase imprescindível e a torcida deve aprender que precisa passar além de força, tranqüilidade à equipe.
O impaciente corinthiano reclama aos primeiros erros do time e passa imediatamente a ser também um adversário em certos momentos. Quando o torcedor do Corinthians deixa o equilíbrio de lado, oferece a face ao adversário palmeirense, são paulino e santista, que minam sua confiança e obtém o resultado desejado com suas provocações através da pressão desmedida que acaba recaindo sobre os jogadores.
Sabemos da agressividade com que somos achincalhados. Orgulhamos-nos de sermos sempre nós, contra todos os outros. Para isso é necessário fidelidade.

Perdemos, precisamos entender a dimensão da tristeza e assim construir e fazer o Corinthians grande.

A Rua



São Paulo, 25 e 26 de Julho de 2006.

Hoje vou falar sobre uma rua, famosa em todo o Brasil, que reflete na medida exata a cidade que representa, em toda sua diversidade.
Diria que começa maravilhosa, Avenida iluminada, dançante e rica. Com lojas de grifes internacionais, lanchonetes, casa noturnas, uma delas um castelo, dividida por um canteiro central exuberante com enormes árvores lindas.
Poderia dizer caso ali não fosse o seu final, por uma simples convenção que muito a propósito numera e orienta o início das ruas a partir do centro da cidade.

Não há problema, como exige a poesia do roteiro original, começo pelo fim.

Mergulha Avenida de nome Cidade Jardim, túnel à dentro, desabrochando mais rica ainda, mais arborizada no Jardim América. O restaurante Bolinha serve deliciosa, renomada e cara feijoada; estamos na Avenida Europa que corta o bairro do jardim que leva seu nome. Ali, suntuosas mansões, térreas ou quase térreas afrontam os edifícios da cidade, nelas estão os que ainda conseguem se manter milionariamente na horizontal.

Alguns metros adiante encontramos uma famosa e divertida banca de jornal. Em frente à mansão da família Bloch, no cruzamento com a Rua Groenlândia. Lá, o Presidente Juscelino passou sua última noite.

Atravesso a rua e chego ao MIS, museu da imagem e do som, com suas exposições, seu acervo de vozes, shows e um café. Vale a visita. Nesta hora ainda refletindo toda a “Plata” que ergue, avistamos uma infinidade de concessionárias de automóveis e motocicletas. Jaguar, Ferrari, Mercedes, BMW, Harley, para todos os gostos, mas não para todos os bolsos. Agora é Colômbia, para chegar até a esquina com a Avenida Brasil, local da igreja de Nossa Senhora, famosa por seus concorridos e badalados casamentos.

Algumas linhas de ônibus passam por ela, afinal, liga o centro à zona sul, uma delas vai até a cidade universitária, mas não entra, pois a rede da antiga linha do elétrico acaba na porta da universidade.
Das janelas deste ônibus você avista o clube Paulistano, uma delegacia de polícia na esquina da antiga danceteria Colombo.

Já neste trecho é Augusta, definitivamente Augusta. Das lojas, milhares delas, das pessoas que vem da cidade toda para o trabalho.

Augusta; das lojas de calçados, de roupas, artigos eletrônicos, das lojas de artesanato, dos armazéns, dos bares e restaurantes, cafés, bingos, do Cine - Sesc, da galeria conjunto nacional, das lojas de CDs, das livrarias, como a maravilhosa Cultura. Estacionamentos e até uma estação de metrô, a Consolação, que em sua esquina lhe rouba o nome.

Humildemente em duas faixas estreitas para cada lado, cruza a pujante Avenida Paulista.
Inicia sua descida agonizante, findará no início de tudo, antes, pára para um Chope no Frevo ou uma cerveja no BH e para o que há de melhor na sétima arte.

No Espaço Unibanco, que outrora, Nacional, presenteia o bom gosto do paulistano com cinema, dos bons, em cinco salas!
A sua frente a Neto discos, onde é possível encontrar bons discos a ótimos preços.
Mais abaixo, o Promocenter, uma espécie de Galeria Pajé, meio legal, meio ilegal, com preços muito convidativos.
Na galeria, tomamos um mate e compramos uma camiseta de alguma banda de rock, mais restaurantes, agora mais simples, uma ou duas academias populares, muita gente, casas de banho e saunas, mulheres às ruas, preferencialmente à noite. A iluminação já não é mais a mesma, botecos, mais algum comércio, uma última loja de CD’S, muito boa, embora o proprietário não seja lá muito bem humorado, a Discomania. Alguns hotéis com fachadas imponentes e bandeiras nos mastros, hoje aparentemente decadentes, contrastam com pequenas portas de motéis de fluxo intenso.
O ônibus chega a seu destino, passa pela Rua Caio Prado, cruza a Rua Avanhandava dos restaurantes, Gigetto que oferece a salada Corinthiana e Famiglia Mancini, deleite gastronômico.

Cheguei ao centro, desço em frente ao hotel Jaraguá, reformado, hospedagem certa para Arquitetos e decoradores, seu cartão de visitas. Ao seu lado, o Marajá, um grande estabelecimento, uma padaria adaptada à dinâmica Rua Augusta, cerveja gelada, pedaços de pizza dos mais variados sabores, sempre quentinhos, a toda hora. Dali avista-se a secretaria de Educação em seu prédio lindíssimo. Também a Avenida São Luís que liga a Praça da República à Praça da Sé, seus bares, suas agências de viagens, seu belo canteiro central, seus sebos, seus cafés.
Mais a frente a maravilhosa Biblioteca o Vale do Anhangabaú, o Teatro Municipal a Praça Ramos, o Mappin, o Shopping Light.

A Augusta é a cara de São Paulo, com licença, vou ver meu amigo Amaral e comer um sanduíche de pernil no Estadão.

11 outubro, 2006

A COR DA CHUVA, A COR DO TREM.



São Paulo, 07 de Julho de 2006.

Se perguntassem a você qual é a cor da chuva, qual seria sua resposta?

Quando menino meu pai costumava me levar ao Rio de Janeiro no que mais tarde ficaria conhecido como trem de prata. Aliás, hoje ele não existe mais. Faz alguns anos tentaram reativá-lo, porém as passagens eram caríssimas, pode-se dizer que hoje ele esteja extinto.
Bem, já que toquei no assunto as viagens de trem para o Rio eram deliciosas. Com excelente esforço de memória posso dizer que as cabines eram aconchegantes, havia um armário embutido na parede que dava fundos ao banheiro, logo ao lado da porta. Havia uma pequena mesa e uma poltroninha dispostas frontalmente uma à outra, cada qual encostada em uma das paredes laterais. Oposta à porta de entrada do leito havia uma janela enorme, com uma espécie de persiana, que aberta permitia uma visão privilegiada do entorno dos trilhos. No limite mínimo da janela havia uma cama presa à parede, porém, desarmada, ficando toda ela encostada na lateral abaixo da janela sem ocupar espaço. O segundo leito ficava acima do janelão, e para meu tamanho de menino posso dizer que era bem confortável.

Mas a diversão começava antes. As saídas de trem para o Rio de Janeiro aconteciam apenas às sextas-feiras à noite o que por si só era atrativo para um garoto de quatro para cinco anos. Lembro-me de mais, lembro das escadas e plataformas pelas quais passávamos antes do embarque. Se tivesse que dizer a temperatura, tenderia a dizer que era frio. Lembro do relógio redondo da estação, dos gradis, que mais tarde, quando da descoberta da história, por filmes ou na escola, remeteram-me a uma lembrança quase européia, quase inglesa.

O deslocamento dentro do trem era outra diversão; você saía da cabine, todas elas situavam-se do lado direito do trem, no sentido de quem vai dos fundos para a locomotiva. Do lado esquerdo, janelas permitiam que se visse o outro lado da ferrovia. A passagem de um vagão para outro era feita através de uma ligação sanfonada, com duas portas, uma em cada vagão e um espaço interno fechado, entre as duas, que creio eu ficava em exatamente em cima dos engates, de aproximadamente um metro, que embora totalmente fechado, tinha uma superfície que se movia para os lados conforme a movimentação do trem. Nada que causasse pânico visto que ali se gastava apenas um passo.
O “Gran Finale” ficava por conta do carro restaurante, chegávamos para jantar e sentávamos em mesas com dois bancos com encosto, como no Jack in the Box, ou qualquer lanchonete destas, dispostas uma às costas da outra. Havia uma cortina de renda nas janelas, um vaso com flores no centro de cada mesa. Jantávamos. Curiosamente lembro-me de sopas, depois voltávamos para enfeitiçadamente admirar o janelão.
A luz da Lua era a maior responsável pela iluminação da paisagem. Acredito ter sido ali minha introdução ao mundo do cinema, afinal tudo ali parecia filme, a árvore, a casinha, outra árvore, o ciclista, a vaquinha, o movimento!
Todas às vezes, pedia para ficar só mais um pouquinho acordado quando chegava à hora de dormir. Papai e Mamãe compravam umas revistas com atividades para decalcar, recortar colorir, que eu amava, e guardava dentro do armário da cabine.
Adormecia, o barulho do deslocamento do trem sobre os trilhos da ferrovia embalavam o sono. Era fácil sonhar!
O trem chegava sempre muito cedo ao Rio, por volta das 6 da manhã. Agora entendo, era servido também, no carro restaurante, o café da manhã, que nunca tomei, pois era servido somente até a hora da chegada. Claro, Papai e Mamãe deviam ir namorar enquanto eu dormia. Era possível também ficar nas cabines mesmo com o trem já parado, já no Rio, até umas 8 horas. Mamãe deve saber melhor. Permitindo aos passageiros um descanso extra e um desembarque tranqüilo. Um verdadeiro prazer. Tudo isso para ver a Vovó Luly.

Esta é sem dúvida uma das minhas mais maravilhosas lembranças dos tempos de criança. Muito obrigado Papai.

A propósito, na época eu costumava chamar aquele trem, o de prata, de transparente, ou melhor;
O trem era cor de “parente”, como a chuva.

03 outubro, 2006

Acústico Lenine


São Paulo, 02 de julho de 2006

Para gostar de Lenine, você precisa apenas ter bom gosto ou manter suas sensações à flor da pele e ter nascido em qualquer lugar do planeta.
Já para conhecer ou entender Lenine, você precisa antes de tudo ser brasileiro! Sim, porque Lenine é brasileiro.

No último final de semana de Junho, o arranjador, produtor, cantor, compositor e instrumentista pernambucano, gravou no palco do novo e lindo auditório do Ibirapuera, seu mais novo trabalho. O Acústico MTV-LENINE.

Acostumado, show a show, a dar uma roupagem nova para suas composições, Lenine parecia muito à vontade ao receber convidados para lá de especiais. Como a banda Mantiqueira, e o Camaronês Richard Bona, que toca baixo como poucos, conhecido do brasileiro desde o “Heineken in concert” do ano 2000, um espetáculo à parte. A apresentação contou ainda com as participações de Igor Cavallera (baterista do Sepultura), do Rapper brasiliense GOG e do Maestro Ruriá Duprat, que dividiu o palco, tanto no comando da orquestra como ao piano.
Mas a estocada final no coração do público veio com a interpretação de “Paciência”, uma das músicas mais tocadas do compositor, quando Lenine convidou a harpista, Cristina Braga; em um encontro de técnica e emoção, uma interpretação irrepreensível, levando a delicadeza no colo, Lenine tocou de leve a perfeição.

Lenine é aquele garoto do Nordeste que se apaixonou por alguma coisa, acredito que pela vida, e transformou a música em sua razão de viver. Talvez por isso, suas letras sejam pontiagudas como punhais, como ele mesmo diz, navalhas que ferem rente em nossa sociedade que não anda, já há algum tempo, enxergando muito bem.

Desde o início de sua carreira, com o disco “Baque Solto”, ao lado do amigo Lula Queiroga, presente e aplaudido na platéia, até hoje com o lançamento de seu CD Acústico, Lenine garante, na diversidade da sua inesgotável capacidade musical, um lugar eterno entre os maiores de nossa música.

02 outubro, 2006

O JABUTI E A FADA DO JARDIM.


São Paulo, 28 de Março de 2006

Era uma vez;

Um Jabuti muito, muito especial.

Desde cedo a vida tinha ensinado a ele que sempre deveria acreditar na fantasia.
Na escola, gostava muito das aulas de literatura da professora coruja, que vivia pedindo a ele que escrevesse poesias, atividade em que era especialista.
Como tinha perninhas muito curtas, sofria um pouco nas aulas do formigão, professor de Educação Física, adorava futebol, mas era sempre o último a ser escolhido. Pudera, nunca chegava a tempo para as disputas de bola, certa vez, foi confundido com a própria e abocanhado pelo colega cachorro.
- Hei! Com este moleirão não brinco mais!
- É melhor não falar assim, pois senão ele corre atrás da gente. -Disse o gato Juarez.
- Que nada. - Disse o Sapo Cururu. Ele é assim mesmo, velho, feio e vagaroso.
- Epa! Eu não sou velho não! Sou um Jabuti jovem, estou na flor da idade, e a Fada do Jardim vai trazer uma jabota para ser meu par.

Assim acontecia quase todo dia, os bichinhos muito intolerantes faziam pouco caso do nosso amigo.
Bem, deixem-me contar a lenda da Fada do Jardim!
Ali, logo depois do canteiro de margaridas, onde moram as borboletas, havia uma construção gigantesca, era lá que os cachorros passavam a noite. De lá também saía uma serpente muito engraçada, que cuspia água e fazia chuva, mesmo nos dias mais ensolarados. Bem ali, morava uma fada muito bonita, era alta, tinha cabelos longos, negros como a noite, de olhos verdes, quase transparentes.

A Fada do Jardim aparecia de vez em quando, e num passe de mágica, lá estava o morador novo no jardim.

O sábio sabiá, dizia que a fada não existia; que o Jabuti havia chegado lá em uma caixa, e que a qualquer momento ele deveria virar um sapato, porque Di Pollini é marca de sapato e não de Jabuti.

Assim, o tempo foi passando.

Colibris e pombos haviam feito seus ninhos, e até bebezinhos já tinham. Os cachorrinhos brincavam dia e noite, Juarez, tinha uma namorada no jardim do outro lado do deserto preto, onde animais furiosos passam, fazendo barulho e cuspindo fumaça. Um deles inclusive passou por cima de um dos filhotes da Dona Coelha, pobrezinho, foi uma tristeza, mas isso sempre acontece. As joaninhas, já adolescentes, passavam de mãos dadas com seus namorados gafanhotos. Cigarras cantavam toda a noite e eram as únicas a fazer companhia ao solitário Jabuti.

Até que um dia...

De manhã, logo cedinho, uma gritaria e um alvoroço tomaram conta do jardim. O diz que diz, dava conta de que a Fada do Jardim estava por lá, e que era dia de magia.
O Jabuti, que passara os últimos seis meses compondo uma poesia para a Dona Coruja, ao saber, saiu o mais rápido que pôde.

- É hoje! Vou ganhar uma companheira!
Seus olhos encheram-se novamente de esperança, ultrapassou um casal de lesminhas que estavam pelo caminho.
- Hei; desculpe seu caramujo!
- Caramujo nada! Ainda pago aluguel, não tenho casa própria.

Era uma festa, algazarra geral. O Jabuti enxergava ao longe os bichinhos em volta da Fada do Jardim, pulando felizes, tudo o que ele queria era estar ali. Cansado, diminuiu a marcha, tentava chegar com muito esforço, suas perninhas estavam fracas e ele sentou para descansar um pouco.

Vinte minutos depois...

Já estava em marcha novamente, porém percebeu que a cantoria havia terminado. Mesmo assim continuou em direção ao local da festa. No caminho encontrava bichinhos que já voltavam...
-Hei, já está indo para a reunião do ano que vem? -Perguntou o Juarez-
- Não, vou ver minha amiga Jabota!
- Que nada, pode esquecer, a fada trouxe um casal de Preás.
- Não é possível! – Exclamou o Jabuti-

Ao chegar ao local encontrou somente uma caixa com furinhos, nela os dizeres, Di Pollini.
Pensou no que havia lhe contado o sabiá, seus olhos brilharam, começou a procurar.
Olhando em volta percebeu, próximo ao Jatobá Gigante um casal de roedores procurando um lugar para cavar seu buraco.
Encostou-se a uma pedra, fechou os olhinhos e chorou bem baixinho para ninguém ouvir.

Repentinamente sentiu alguma coisa tocar suas costas, mexeu as perninhas, mas não encontrou o chão. Abriu os olhos assustado, gritou por socorro! Só então percebeu: A bela, mais bela do que ele poderia imaginar, Fada do Jardim colocou-o suavemente na palma de sua mão. Foi aproximando o pequeno animalzinho de seu rosto e lhe deu um beijo bem no meio da carapaça.
Neste momento, como por encanto, a linda Fada do Jardim tranformou-se na mais linda Jabota de que se tem notícia.
E os dois foram felizes para sempre...