17 dezembro, 2006

SEJA PAPAI NOEL!



Faça algo diferente neste Natal !

Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar uma das 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Papai Noel delas?
Tem criança pedindo um panetone, uma blusa de frio para a avó e até material escolar.
O Arrasta a Rede abraça a idéia; basta pegar a carta e entregar o presente em uma agência até dia 20 de Dezembro.
O próprio correio se encarrega de fazer a entrega.
DIVULGUEM PARA CONHECIDOS!
Lembrem-se:
Na vida passamos por 3 fases;
Na primeira acreditamos em Papai Noel!
Na segunda não acreditamos nele.
E a terceira quando somos...

11 dezembro, 2006

CHILE URGENTE !


São Paulo, 10 Dezembro de 2006.

A liberdade é a poesia!
Aos poetas a vida;
aos opressores
o esquecimento.

O ARRASTA A REDE HOMENAGEIA O POVO CHILENO!

LXVI

No te quiero sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuanto no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.

Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego ,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.

Tal vez consumirá la luz de Enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.

En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.

Pablo Neruda

Como combater o crime? (sujeito a alteração)


São Paulo, 21 de Junho de 2006.

(Escrito 1 mês depois dos ataques do PCC; Durante a Copa do Mundo).


Na Constituição brasileira existe um artigo onde está especificado. O réu não está obrigado a dizer a verdade, ou seja, o réu pode mentir.

Nosso código de direito criminal está ultrapassado ou no mínimo inadequado. Nele, não existe crime sem que este esteja tipificado. Previsto.

Em nosso código não existe crime de perjúrio, mentir em juízo.

Na Inglaterra, EUA e Canadá, juízes são escolhidos por eleição entre especialistas em cada tema. Lá um advogado entra na sala do Juiz e declara:

- Meu cliente está preso injustamente ou ilegalmente.

Na mesma hora o juiz libera o acusado, o advogado procura o responsável pelo cárcere e o comunica, assim ocorre a soltura. Caso se comprove o contrário, automaticamente o advogado vai preso.

No Brasil, o infrator que rouba um toca-fitas de automóvel pode ficar até cinco anos preso.
Funciona assim; A criança tenta colocar a mão no caldeirão de água fervente, mas sua mãe alerta sobre o perigo e impede. A criança tenta novamente, a mãe não deixa. Após várias tentativas ocorre um descuido materno e a criança acaba queimando a mão.

A lei brasileira coloca a criança dentro do caldeirão.

Pequenos delitos deveriam ter uma punição adequada. Trabalhos sociais, reclusão de 10 dias. Dez dias para saber onde este indivíduo vai querer colocar a mão.

Na Itália o problema dos crimes de seqüestro foi solucionado. Na década de 70 o Primeiro Ministro Aldo Moro foi seqüestrado e morto. A lei anti-sequestro criada a partir desta data, prevê que o cidadão que fizer o pagamento de um resgate, será julgado por crime de seqüestro. Automaticamente todos os bens de todos os parentes de um seqüestrado ficam bloqueados e as instituições financeiras proibidas de financiar empréstimos e hipotecas.

O crime existe desde os primórdios da humanidade. O combate a ele também. Ao longo dos tempos, ambos evoluíram.

Enquanto não tivermos mecanismos e canais de discussão mais ágeis, enquanto não se modernizar o enfoque dado à questão da criminalidade, precisaremos continuar vestindo o verde e o amarelo e torcer!

05 dezembro, 2006

BRASIL BI-CAMPEÃO DO MUNDO.


São Paulo, 04 de Dezembro de 2006.

Começar este texto me traz ótimas lembranças de minha adolescência e juventude. Das descobertas e do prazer da prática esportiva.
Lembro a felicidade de meu pai, já com muita dificuldade para andar, me levando à escola, no período da tarde, quando ainda na sexta série, passei a fazer parte do time do colégio no ano de 1986.
Anos antes, no Ibirapuera lotado, com minha mãe e a Marie, e com 9 anos de idade assisti a uma partida decisiva entre a Pirelli de Xandó e William, e a Atlântica de Bernard e Renan.
Esta alegria chamada voleibol me levava ao DEF e ao Ibirapuera para treinar e me sentir atleta, dividir com Marcelo Negrão, a mesma quadra. Ter sonhos infantis de conquistar uma medalha olímpica.
Batia ponta, embora a não muita estatura já me condenasse. Em uma das tardes de treino eis que chega o time do Banespa, que decidia o Brasileiro naquele final de semana contra o Fiat Minas, tendo emprestado seu ginásio aos visitantes. Ao final do treino, Vinte minutos de inesquecível desafio, contra Xandó, Montanaro, Amaury e muitos outros. Ali, no Ginásio quadradinho.
Assisti a quase todos os confrontos entre Brasil e URSS, na década de 80. Um deles no estádio do Maracanã, debaixo de chuva, quando Zaitzev, Savin e companheiros do imbatível esquadrão Soviético ajoelharam-se na quadra, com panos nas mãos para não decepcionar o público ali presente. Para eles perdemos o Mundial de 1982 na Argentina; Mas em cima deles vencemos o Mundialito por 3x2, em um jogo com mais de 3 horas e meia de duração. Esta seleção foi a responsável por abrir as portas para o vôlei entrar no coração do brasileiro.
Na Olimpíada de Los Angeles, o vice-campeonato, ao perder para os EUA de Kiraly, não sem antes vencê-los por 3x0 na 1ª fase, com direito a um humilhante 15 a 2.
Vi chegar a geração de Maurício e Tande, que consolidou o esporte. Derrotada pela máquina italiana por 3x2, na final da liga mundial aqui mesmo no Brasil, com 15 a 13 no 5º Set, no dia do aniversário do meu já falecido pai.
Acordei cedo para ganhar junto com este time o Ouro olímpico em uma manhã cinzenta de domingo, lá em Seul 88.
Agora, orgulhoso, vejo a seleção brasileira alcançar o bi-campeonato Mundial, feito raro. A geração dos geniais Ricardinho, Giba e Nalbert, talha a mão o nome do Brasil no rol dos maiores esquadrões da história do voleibol de todos os tempos.

Ao lado de URSS 80/82, EUA 84/86 e da Itália, Octacampeã da Liga Mundial, está o Brasil, gigante, invencível!

Os maiores do Mundo nos últimos 4 anos, raçudos, vibrantes, vencedores e ainda assim, não ouvi sequer um rojão em homenagem a eles, na manhã deste domingo!

04 dezembro, 2006

O ZÉ E O LULA



Texto escrito antes do primeiro turno da eleição presidencial.


São Paulo, Setembro de 2006.


Talvez eu tenha encontrado a materialização da minha insatisfação com o Governo Lula. Sábado acompanhei meu amigo Zé ao Hospital Universitário (HU), para avaliar uma contusão sofrida por ele em nosso futebol semanal.
Estabelecimento ligado à Universidade de São Paulo (USP) de responsabilidade do governo do Estado, mas a questão do descaso, em meu coração, fere princípios e não burocracias. Assim aponto minhas baterias para Brasília ou São Bernardo, como queiram.

A demora para o atendimento, a atmosfera sombria, o ambiente carregado e o desinteresse, dão o tom efetivo de como é tratada a questão da saúde pública no Brasil.
O consolo dos que esperam é a TV, ligada na Globo, transmitindo o programa Zorra Total. Não preciso dizer mais nada.

A visita tem início quando o computador responsável pela triagem identifica como inválida a carteirinha do meu amigo, desde o ano de 2004. Pesquisador e Doutorando, freqüenta diariamente a Universidade. Depois desta explicação e do Aaaahhhh! Então tudo bem, do funcionário, ele é encaminhado à primeira triagem, onde idosos, crianças e Zés, esperam indistintamente por sua consulta.

Nas paredes da repartição, alguns avisos pouco encorajadores, escritos em papel sulfite e garranchos de caneta Bic, com a aparência de estarem ali há muito mais do que apenas um dia.

- Devido à super lotação deste PS, informamos que todos serão atendidos, mas a espera deve levar entre 2 e 3 horas.

Trata-se apenas de um dos componentes a desencorajar o cidadão enfermo a qualquer tipo de reclamação.

Outros cartazetes:

-Desculpe o transtorno, estamos reequipando nossa unidade radiológica para melhor atender.

Este deve ter um século de existência, a julgar pelo equipamento que encontramos, cerca de duas horas e meia depois.

Há mais um digno de nota: - Estamos sem água!

Não entendi muito bem a finalidade deste, senão deixar ainda mais estarrecidos e apavorados, os desassistidos cidadãos.

Bem; como estávamos com sorte, pouco mais de uma hora depois meu amigo entrava em uma das saletas para ser examinado. Ressalto o empenho dos médicos que pareciam dispostos a enfrentar o batalhão de pacientes à sua espera. Que fique registrado, porque em outras visitas minhas a hospitais similares, como o Servidor Público Municipal, esta fila poderia levar mais de três horas. Em cinco minutos Zé saía da saleta com um papel para solicitação de Raio X.

Atravessamos o corredor passando por uma porta de vidro, guardada por um segurança, que aponta em direção a outra sala. Com TV e Zorra Total. Nela, tísicos e enfermos, crianças no chão brincando com os insetos e um cidadão funcionário, protegido por um balconete de madeira.
Sem tirar os olhos da tela do computador ele nos indica a colocação da ficha em um dos oito buracos existentes na parede ao seu lado. Onde se pode ler, Ortopedia.

Quarenta minutos mais velho, já incomodado com a demora no atendimento e a paciência Jônica do Zé, vou até a parede, antevendo a surpresa. A única ficha, ainda lá, há espera de hábeis mãos, era a dele. Intocada!

Por que hábeis mãos?

Ao chegar à sala indaguei àquele funcionário, o que estávamos fazendo ali, visto que os aparelhos de raios-X, ficavam do outro lado do hospital. A resposta foi simples:

- Pra digitar!
- Digitar o que?
- O pedido!
- Dos raios X?
- É.

Outros médicos, que não os ortopedistas, passavam de vez em quando por ali e retiravam de outros buracos na parede, fichas de pacientes de outras especialidades. A do Zé ficou lá, melancólica, solitária, por 40 longos minutos.

Resolvi voltar ao funcionário e reclamar. A sensação de que estava atrapalhando seu navegar pela internet ou sua paciência, a normal e a Spider, era constrangedora. Afinal, quanta indelicadeza de minha parte, poderia estar desrespeitando o funcionário público.

Esta também é mais uma peça daquele esquemão para desencorajar o enfermo e pacato cidadão a reclamar. O funcionário sisudo e com má vontade, faz-se de ofendido ou idiota, conforme sua necessidade, sendo incapaz de informar sobre o procedimento corriqueiro, o trâmite, o caminho que cada cidadão contribuinte deve desenvolver dentro da repartição. Ao menos não há aquela folhinha na parede, descrevendo a penalidade por desacato! Esta; mais comum em cartórios e instâncias jurídicas.

Resolvo entrar, insólito, vejo em primeiro plano cinco computadores novos, enquanto ainda estou construindo a imagem positiva, dou mais dois passos e me deparo com um enorme saguão, escurecido por cortinas nas janelas. Dividido por biombos que separam as inúmeras camas e pacientes sobre elas. Outros em cadeiras de rodas e uma mesa central.

Dirijo-me a uma mocinha que acabara de sentar, imagino que seja médica, relato o acontecido. Ela levanta disposta a encontrar alguém da ortopedia, vou atrás, ela entra em uma sala onde obtém a resposta:

- Os ortopedistas estão jantando. -Silenciosamente indago aos céus, revoltado!-
- Estão? - Quer dizer que há mais de um! E precisam jantar juntos?-

Decido virar as costas e retornar para o lado do Zé, em outros casos exigiria providências, mas como o maior interessado mostrava-se paciente e resignado, não disse nada. Antes, porém, resolvi ficar mais alguns segundos ao lado da ficha, e uma mulher que eu ainda não havia visto veio apanhá-la.

Fiquei sabendo então que ali ele deveria ser reexaminado por um ortopedista. Mas a médica ou enfermeira, resolveu agilizar o atendimento e pedir o raio do Raio X!

Saí discretamente para que os demais que se encontravam aguardando não achassem que eu os havia passado para trás. Sim; isto é muito comum entre as pessoas que se sentem desamparadas e fracas ante o sistema. Canalizar sua revolta contra o cidadão que faz valer seus direitos!

Passei a mão no Zé, entenda-se, chamei-o de canto e nos dirigimos ao Raio X. Mesmo sem ninguém à nossa frente, levamos 15 minutos. Voltamos de posse do referido à mesma salinha com buracos na parede e lá colocamos nosso exame. Fomos logo chamados. A doutora deu uma mexidinha no Zé, olhou a chapa e diagnosticou uma luxação de grau 1. O que traduzindo, quer dizer uma Censurado e colocou uma tipóia nele.

Com a sensação de estarmos indo embora fomos à sala de medicação, que ficava ao lado do PS Infantil, para que fosse aplicada uma injeção intramuscular nos glúteos do Zé.
Claro; ali não encontramos ninguém, mas fomos informados solidamente por um segurança:

- Ela já vem! Ela já vem!

Assim bem orientados, sentamos um pouquinho, coisa de uns 20 minutos apenas.

Dali; vejo um pai sentado com sua filha no colo, não tem mais de cinco anos. Nenhum deles se move. Passa das 23h30min, isso não é hora de criança estar acordada. Mais uma menina, no colo da mãe, certamente menos de dois anos, ela vomita no cesto de lixo estrategicamente colocado ao lado das duas, enquanto aguarda o atendimento.

Nas paredes, alguns recortes com motivos infantis, na tentativa de tornar menos assustador o ambiente de espera das crianças. Saio de perto, prefiro não ver e assim acalmo meu coração de pai. Que dor! Como é dolorosa a espera de um pai na fila de um PS Infantil!

A enfermeira que aplica injeções nas pessoas chega e num instante estamos liberados. É quase meia-noite, caminho pela arborizada Cidade Universitária até o carro do Zé. Este hospital atende apenas Uspianos e moradores de bairros próximos. É apenas mais um, igual a qualquer outro hospital público. Hospitais abandonados pelo PSDB e agora abandonados pelo PT!

Lula não traiu a mim, traiu as crianças que esperam nos pronto-socorros do Brasil!

Um Presidente que certamente não se lembra da sua infância!