24 agosto, 2010

BRASIL E PORTUGAL, a revanche.


Durban, 25 de Junho de 2010.

BRASIL E PORTUGAL, a revanche.

Depois de duas vitórias em dois jogos, a seleção brasileira encara Portugal pela última rodada da primeira fase, virtualmente classificada, o embate ante os patrícios servirá apenas para definir o primeiro do grupo. O confronto entre nossos craques e o gajo Cristiano, é uma das atrações da copa.

Na véspera, Telê soltara o time. Completo o Brasil entrava com:

1-Carlos
2-Leandro
3-Edinho
4-Luisinho
6-Júnior
5-Falcão
8-Sócrates
10-Zico
7-Careca
9-Reinaldo
11-Éder

Euzébio na tribuna do majestoso Estádio Moses Mabhida, pregava todo o respeito à seleção verde amarela. Ao contrário da imprensa esportiva Lusa que evocava 1966 e a condição clara de uma muito possível, nova vitória portuguesa.

A partida entrou para a história das copas.

Na saída Zico tocou para Reinaldo, que recuou para Falcão, ele abriu na esquerda para Júnior que cruzou a linha do meio-campo, de cabeça erguida, esticou para Careca que em diagonal ia para esquerda do ataque. De primeira, pisando nela, deixou de calcanhar para Éder que vinha pela meia, um pouco mais atrás. Um canhão, a bola explodiu no travessão. No rebote Reinaldo cabeceou e Ricardo teve que se esticar para mandar a escanteio.
Na cobrança, Luisinho subiu mais alto testou firme, a bola bateu na trave direita, a zaga mandou para escanteio. Em nova cobrança, Careca desviou no primeiro pau, matando a defesa, Reinaldo livre só escorou, Brasil 1 a zero. Logo aos dois minutos.

Aos 6, Falcão recuperou bola na intermediária, achou Sócrates no meio, o Doutor caminhou três passos e com uma enfiada de 15 metros devolveu para Falcão que passara à sua direita, em velocidade emendou de primeira, de fora da área, o chute saiu seco, rasteiro, Ricardo saltou em vão para seu lado esquerdo. Brasil 2 a zero.

Aos 11 Reinaldo foi derrubado na área por Simão Sabrosa. Zico bateu rasteiro no canto direito do goleiro que caiu para o esquerdo. Brasil 3 a zero. A torcida enlouquecida nas arquibancadas não acreditava no que via. Portugal pouco criava no ataque e tentava parar as rápidas trocas de bolas brasileiras com faltas, e foi de falta que aos 27, Zico achou o ângulo direito do goleiro. Brasil 4 a zero.

Pouco antes do intervalo aos 43, Sócrates avançou pela direita, invadiu a área e rolou para Careca no meio, da marca do pênalti ele encheu o pé, no meio do gol. Brasil 5 a zero.
O abatimento era visível na saída para o intervalo, Cristiano Ronaldo cuspiu no câmera que acompanhava sua saída.

O Brasil voltou o mesmo, tocava a bola, e com dez minutos de segunda etapa, Raul Meirelles fez falta criminosa em Careca e foi expulso. Antes que o treinador português pudesse recompor o meio, dois minutos depois, Falcão apareceu como elemento surpresa em uma virada da esquerda, conduziu livre e da meia lua fez o sexto. Brasil 6 a zero.

A magnética ensandecida levantava, aos 21, novo pênalti, desta vez Sócrates converteu. Brasil 7 a zero. Edinho derrubou Cristiano Ronaldo em uma jogada lateral e foi advertido com amarelo. No lance seguinte o gajo deu um soco no brasileiro e foi expulso. Com nove, Portugal se fechou da intermediária para trás, Sócrates saiu para a entrada de Batista, e Edinho deu lugar a Luis Pereira. O craque da academia entrou muito aplaudido, e foi do Chevrolet o último gol da partida. Aos 37, em cobrança de falta ensaiada, Zico bateu curto pra Leandro que cruzou na cabeça do becão do Palestra. Brasil 8 a zero.

Eleito o melhor homem da partida, Falcão falou sobre o entrosamento entre os jogadores de meio campo, o que para ele, vem sendo decisivo para o excelente desempenho da equipe. Em um jogo épico o Brasil avançou à próxima fase, o rival será definido amanhã, entre a poderosa Espanha e a retrancada Suíça. Com dezoito gols marcados e dois sofridos, o Brasil alcança a marca mais significativa de uma seleção em primeiras fases de mundiais.

Por enquanto na África do Sul só se fala em uma coisa. Um time mágico que encanta o mundo da bola e veste amarelo.

Mário Cardoso de Oliveira para o diário da copa.