05 dezembro, 2006

BRASIL BI-CAMPEÃO DO MUNDO.


São Paulo, 04 de Dezembro de 2006.

Começar este texto me traz ótimas lembranças de minha adolescência e juventude. Das descobertas e do prazer da prática esportiva.
Lembro a felicidade de meu pai, já com muita dificuldade para andar, me levando à escola, no período da tarde, quando ainda na sexta série, passei a fazer parte do time do colégio no ano de 1986.
Anos antes, no Ibirapuera lotado, com minha mãe e a Marie, e com 9 anos de idade assisti a uma partida decisiva entre a Pirelli de Xandó e William, e a Atlântica de Bernard e Renan.
Esta alegria chamada voleibol me levava ao DEF e ao Ibirapuera para treinar e me sentir atleta, dividir com Marcelo Negrão, a mesma quadra. Ter sonhos infantis de conquistar uma medalha olímpica.
Batia ponta, embora a não muita estatura já me condenasse. Em uma das tardes de treino eis que chega o time do Banespa, que decidia o Brasileiro naquele final de semana contra o Fiat Minas, tendo emprestado seu ginásio aos visitantes. Ao final do treino, Vinte minutos de inesquecível desafio, contra Xandó, Montanaro, Amaury e muitos outros. Ali, no Ginásio quadradinho.
Assisti a quase todos os confrontos entre Brasil e URSS, na década de 80. Um deles no estádio do Maracanã, debaixo de chuva, quando Zaitzev, Savin e companheiros do imbatível esquadrão Soviético ajoelharam-se na quadra, com panos nas mãos para não decepcionar o público ali presente. Para eles perdemos o Mundial de 1982 na Argentina; Mas em cima deles vencemos o Mundialito por 3x2, em um jogo com mais de 3 horas e meia de duração. Esta seleção foi a responsável por abrir as portas para o vôlei entrar no coração do brasileiro.
Na Olimpíada de Los Angeles, o vice-campeonato, ao perder para os EUA de Kiraly, não sem antes vencê-los por 3x0 na 1ª fase, com direito a um humilhante 15 a 2.
Vi chegar a geração de Maurício e Tande, que consolidou o esporte. Derrotada pela máquina italiana por 3x2, na final da liga mundial aqui mesmo no Brasil, com 15 a 13 no 5º Set, no dia do aniversário do meu já falecido pai.
Acordei cedo para ganhar junto com este time o Ouro olímpico em uma manhã cinzenta de domingo, lá em Seul 88.
Agora, orgulhoso, vejo a seleção brasileira alcançar o bi-campeonato Mundial, feito raro. A geração dos geniais Ricardinho, Giba e Nalbert, talha a mão o nome do Brasil no rol dos maiores esquadrões da história do voleibol de todos os tempos.

Ao lado de URSS 80/82, EUA 84/86 e da Itália, Octacampeã da Liga Mundial, está o Brasil, gigante, invencível!

Os maiores do Mundo nos últimos 4 anos, raçudos, vibrantes, vencedores e ainda assim, não ouvi sequer um rojão em homenagem a eles, na manhã deste domingo!

Um comentário:

Prof Toni disse...

Beleza de texto! Faltou só mencionar o líbero desta equipe fabulosa, o herói de Pirituba, moço símbolo das maiores qualidades de um jogador: garra, técnica e persistência.
Abração.