04 setembro, 2006

PCC, O DIA SEGUINTE. (1º Dia de Ataques)


São Paulo, 16/05/2006


O paulistano da classe média mostrou-se infantil diante de uma pequena dose de adrenalina que a sensação de pânico pode trazer.

Munidos de seus telefones celulares congestionaram todas as linhas.

Manobras desnecessárias, carros passando sobre a calçada, alta velocidade e desespero. Esta postura associada a imbecis que espalham boatos pela internet promoveram na cidade uma noite de terror.

Polícia e bandidos travam nas últimas horas confronto compatível às ruas do Iraque. Na periferia, quase todo dia é assim. Toda madrugada que antecede o trabalho é perigosa.

Os pais de nossa classe média começaram a contaminar a paz, frágil paz, questionando a necessidade de retirar seus filhos das escolas mais cedo. As empresas anteciparam as saídas de seus funcionários, o rodízio de veículos a exemplo do que acontecera de manhã, foi liberado. Como resultado, o maior congestionamento da história da cidade.

Caso São Paulo, o diamante abandonado pelos tucanos, passe a experimentar a sensação de guerra civil que cariocas e periféricos daqui já conhecem, é aconselhável manter a calma.

Engraçado, talvez pela primeira vez, a convocação da seleção brasileira não ocupou o noticiário do dia. Como diria o prosador, quem tem cú tem medo.

A madrugada esteve deserta, na rua apenas o frio. Falastrões de todas as partes apareceram durante a tarde e à noite com discursos inflamados, imputando a fulano ou beltrano a responsabilidade pelo caos.

O pânico justificaria qualquer medida drástica que porventura policiais pudessem adotar na última madrugada, um Carandiru a céu aberto.

Com a polícia tão alerta, ouso dizer que a criminalidade tenha sido menor nas últimas horas em São Paulo, afinal, bandido esperto sabe a hora certa de agir.

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