30 agosto, 2006

CARTA RESPOSTA de ALDIR BLANC para ACM

"Amigos: Estou enviando minha crônica em resposta ao senador ACM que me chamou de "canalha". Não foi possível publicá-la, mas faço questão que ela seja lida pelo maior número possível de pessoas. Por favor, colaborem. Abraços, Aldir Blanc"


"BOLÔ-FEDEX

Leva, meu samba, meu mensageiro, esse recado...

O Sena-Sênior ACM, vulgo Malvadeza, me acusou de ser “um elemento lulista infiltrado” no JB. E concluiu seu arrazoado (?) me chamando de canalha.

Senadô-Skindô, por mais que eu viva nenhum elogio me trará orgulho maior do que ser chamado de canalha por V. Excrescência. Quem lê minha coluna sabe que o pau canta à direita, à esquerda e, claro, no centro, com igual prodigalidade. Espero que a grande famiglia pefelista já tenha providenciado junta médica competente para lubrificar os parafusos do Cacicão. A julgar pelas suas mais recentes declarações, as encrencagens, desculpem, engrenagens, estão precisando de uma lubrificada urgente: ginkgo biloba, piracetan, talvez um viagrinha... O senador, craque em prestidigitação, mais uma vez misturou as bolas: combatividade é muito diferente de baba paranóica escorrendo gravata parlamentável abaixo.

A ojeriza é mútua. Estou farto de maquiavelhos de fraldão deitando regras. Toda essa mixórdia envolvendo valeriodutos, mensaleiros, sanguessugas e saúvas, começa com políticos da sua estirpe. O mecanismo é manjado. Se as denúncias favorecerem meu partido, palmas, vamos apurar. Agora, se a canoa virar, o denunciante passa a bandido e fim de papo, vai ser preciso buscar a propina em outro guichê. A máscara-de-pau que descrevo acima é suprapartidária. Os que não a exibem são as exceções que confirmam as regras vigentes. Quando as regras rompem os diques e escorrem periferia abaixo, não há Lembo Pétala-Macia que evite derramamento de sangue - na maioria dos casos, inocente. Mas o meu negócio não é discurso, é galhofa. Já que falei em bolas misturadas... Dizem que um velho político pefelista, preocupado com as más performances nos palanques, procurou um médico, antigo cupincha de castelo e carteado.

- Tô com um problema, num sabe? Bem na... plataforma de lançamento.

- Hein?

- Pois é. Gases. Uma coisa impressionante. Além das explosões e dos odores, tem hora que chego a levitar. Uma assessora já foi arremessada contra meu contador de caixa 2. Estão hospitalizados. Isso não pode continuar.

O amigo explicou que aquela não era a especialidade dele, mas que pensaria no assunto, conversaria com colegas renomados, faria até pesquisa na internet.

No comício seguinte, o esculápio apareceu com um vidro misterioso, sem rótulo, e entregou ao político:

- É pra...

Mas o tumulto, o puxa-saquismo, os vivas, a euforia bem remunerada impediram a necessária e urgente troca de informações. Cerca de meia hora depois, o SSJE (Secretário para Superfaturamento Junto a Empreiteiras) agarrou o ilustre médico pelo paletó.

- Corre que o Chefe tá pegando fogo nas... nas partes baixas.

- O quê?!?

O socorrista encontrou o parlamentável feito um bebê, sem calças, com uma brutal reação alérgica na proa da região pélvica.

- Mas... Eu mandei você beber a poção e você esfregou nos...

- No calor da luta política, eu confundi peido público com pêlo púbico.

Aldir Blanc"

Até.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estou impressionada com a carta resposta de Aldir Blanc ao ACM., ou melhor,acm.
Vai escrever bem assim lá me outras paragens. Tô cada vez mais orgulhosa...

Mário disse...

Caro admirador,
muito obrigado pelo prestígio.
Porém este texo em resposta ao malévolo ACM, pertence a Aldir Blanc.
Mas claro que eu adoraria tê-lo escrito!