17 dezembro, 2006

SEJA PAPAI NOEL!



Faça algo diferente neste Natal !

Que tal ir a uma agência dos Correios e pegar uma das 17 milhões de cartinhas de crianças pobres e ser o Papai Noel delas?
Tem criança pedindo um panetone, uma blusa de frio para a avó e até material escolar.
O Arrasta a Rede abraça a idéia; basta pegar a carta e entregar o presente em uma agência até dia 20 de Dezembro.
O próprio correio se encarrega de fazer a entrega.
DIVULGUEM PARA CONHECIDOS!
Lembrem-se:
Na vida passamos por 3 fases;
Na primeira acreditamos em Papai Noel!
Na segunda não acreditamos nele.
E a terceira quando somos...

11 dezembro, 2006

CHILE URGENTE !


São Paulo, 10 Dezembro de 2006.

A liberdade é a poesia!
Aos poetas a vida;
aos opressores
o esquecimento.

O ARRASTA A REDE HOMENAGEIA O POVO CHILENO!

LXVI

No te quiero sino porque te quiero
y de quererte a no quererte llego
y de esperarte cuanto no te espero
pasa mi corazón del frío al fuego.

Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego ,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.

Tal vez consumirá la luz de Enero,
su rayo cruel, mi corazón entero,
robándome la llave del sosiego.

En esta historia sólo yo me muero
y moriré de amor porque te quiero,
porque te quiero, amor, a sangre y fuego.

Pablo Neruda

Como combater o crime? (sujeito a alteração)


São Paulo, 21 de Junho de 2006.

(Escrito 1 mês depois dos ataques do PCC; Durante a Copa do Mundo).


Na Constituição brasileira existe um artigo onde está especificado. O réu não está obrigado a dizer a verdade, ou seja, o réu pode mentir.

Nosso código de direito criminal está ultrapassado ou no mínimo inadequado. Nele, não existe crime sem que este esteja tipificado. Previsto.

Em nosso código não existe crime de perjúrio, mentir em juízo.

Na Inglaterra, EUA e Canadá, juízes são escolhidos por eleição entre especialistas em cada tema. Lá um advogado entra na sala do Juiz e declara:

- Meu cliente está preso injustamente ou ilegalmente.

Na mesma hora o juiz libera o acusado, o advogado procura o responsável pelo cárcere e o comunica, assim ocorre a soltura. Caso se comprove o contrário, automaticamente o advogado vai preso.

No Brasil, o infrator que rouba um toca-fitas de automóvel pode ficar até cinco anos preso.
Funciona assim; A criança tenta colocar a mão no caldeirão de água fervente, mas sua mãe alerta sobre o perigo e impede. A criança tenta novamente, a mãe não deixa. Após várias tentativas ocorre um descuido materno e a criança acaba queimando a mão.

A lei brasileira coloca a criança dentro do caldeirão.

Pequenos delitos deveriam ter uma punição adequada. Trabalhos sociais, reclusão de 10 dias. Dez dias para saber onde este indivíduo vai querer colocar a mão.

Na Itália o problema dos crimes de seqüestro foi solucionado. Na década de 70 o Primeiro Ministro Aldo Moro foi seqüestrado e morto. A lei anti-sequestro criada a partir desta data, prevê que o cidadão que fizer o pagamento de um resgate, será julgado por crime de seqüestro. Automaticamente todos os bens de todos os parentes de um seqüestrado ficam bloqueados e as instituições financeiras proibidas de financiar empréstimos e hipotecas.

O crime existe desde os primórdios da humanidade. O combate a ele também. Ao longo dos tempos, ambos evoluíram.

Enquanto não tivermos mecanismos e canais de discussão mais ágeis, enquanto não se modernizar o enfoque dado à questão da criminalidade, precisaremos continuar vestindo o verde e o amarelo e torcer!

05 dezembro, 2006

BRASIL BI-CAMPEÃO DO MUNDO.


São Paulo, 04 de Dezembro de 2006.

Começar este texto me traz ótimas lembranças de minha adolescência e juventude. Das descobertas e do prazer da prática esportiva.
Lembro a felicidade de meu pai, já com muita dificuldade para andar, me levando à escola, no período da tarde, quando ainda na sexta série, passei a fazer parte do time do colégio no ano de 1986.
Anos antes, no Ibirapuera lotado, com minha mãe e a Marie, e com 9 anos de idade assisti a uma partida decisiva entre a Pirelli de Xandó e William, e a Atlântica de Bernard e Renan.
Esta alegria chamada voleibol me levava ao DEF e ao Ibirapuera para treinar e me sentir atleta, dividir com Marcelo Negrão, a mesma quadra. Ter sonhos infantis de conquistar uma medalha olímpica.
Batia ponta, embora a não muita estatura já me condenasse. Em uma das tardes de treino eis que chega o time do Banespa, que decidia o Brasileiro naquele final de semana contra o Fiat Minas, tendo emprestado seu ginásio aos visitantes. Ao final do treino, Vinte minutos de inesquecível desafio, contra Xandó, Montanaro, Amaury e muitos outros. Ali, no Ginásio quadradinho.
Assisti a quase todos os confrontos entre Brasil e URSS, na década de 80. Um deles no estádio do Maracanã, debaixo de chuva, quando Zaitzev, Savin e companheiros do imbatível esquadrão Soviético ajoelharam-se na quadra, com panos nas mãos para não decepcionar o público ali presente. Para eles perdemos o Mundial de 1982 na Argentina; Mas em cima deles vencemos o Mundialito por 3x2, em um jogo com mais de 3 horas e meia de duração. Esta seleção foi a responsável por abrir as portas para o vôlei entrar no coração do brasileiro.
Na Olimpíada de Los Angeles, o vice-campeonato, ao perder para os EUA de Kiraly, não sem antes vencê-los por 3x0 na 1ª fase, com direito a um humilhante 15 a 2.
Vi chegar a geração de Maurício e Tande, que consolidou o esporte. Derrotada pela máquina italiana por 3x2, na final da liga mundial aqui mesmo no Brasil, com 15 a 13 no 5º Set, no dia do aniversário do meu já falecido pai.
Acordei cedo para ganhar junto com este time o Ouro olímpico em uma manhã cinzenta de domingo, lá em Seul 88.
Agora, orgulhoso, vejo a seleção brasileira alcançar o bi-campeonato Mundial, feito raro. A geração dos geniais Ricardinho, Giba e Nalbert, talha a mão o nome do Brasil no rol dos maiores esquadrões da história do voleibol de todos os tempos.

Ao lado de URSS 80/82, EUA 84/86 e da Itália, Octacampeã da Liga Mundial, está o Brasil, gigante, invencível!

Os maiores do Mundo nos últimos 4 anos, raçudos, vibrantes, vencedores e ainda assim, não ouvi sequer um rojão em homenagem a eles, na manhã deste domingo!

04 dezembro, 2006

O ZÉ E O LULA



Texto escrito antes do primeiro turno da eleição presidencial.


São Paulo, Setembro de 2006.


Talvez eu tenha encontrado a materialização da minha insatisfação com o Governo Lula. Sábado acompanhei meu amigo Zé ao Hospital Universitário (HU), para avaliar uma contusão sofrida por ele em nosso futebol semanal.
Estabelecimento ligado à Universidade de São Paulo (USP) de responsabilidade do governo do Estado, mas a questão do descaso, em meu coração, fere princípios e não burocracias. Assim aponto minhas baterias para Brasília ou São Bernardo, como queiram.

A demora para o atendimento, a atmosfera sombria, o ambiente carregado e o desinteresse, dão o tom efetivo de como é tratada a questão da saúde pública no Brasil.
O consolo dos que esperam é a TV, ligada na Globo, transmitindo o programa Zorra Total. Não preciso dizer mais nada.

A visita tem início quando o computador responsável pela triagem identifica como inválida a carteirinha do meu amigo, desde o ano de 2004. Pesquisador e Doutorando, freqüenta diariamente a Universidade. Depois desta explicação e do Aaaahhhh! Então tudo bem, do funcionário, ele é encaminhado à primeira triagem, onde idosos, crianças e Zés, esperam indistintamente por sua consulta.

Nas paredes da repartição, alguns avisos pouco encorajadores, escritos em papel sulfite e garranchos de caneta Bic, com a aparência de estarem ali há muito mais do que apenas um dia.

- Devido à super lotação deste PS, informamos que todos serão atendidos, mas a espera deve levar entre 2 e 3 horas.

Trata-se apenas de um dos componentes a desencorajar o cidadão enfermo a qualquer tipo de reclamação.

Outros cartazetes:

-Desculpe o transtorno, estamos reequipando nossa unidade radiológica para melhor atender.

Este deve ter um século de existência, a julgar pelo equipamento que encontramos, cerca de duas horas e meia depois.

Há mais um digno de nota: - Estamos sem água!

Não entendi muito bem a finalidade deste, senão deixar ainda mais estarrecidos e apavorados, os desassistidos cidadãos.

Bem; como estávamos com sorte, pouco mais de uma hora depois meu amigo entrava em uma das saletas para ser examinado. Ressalto o empenho dos médicos que pareciam dispostos a enfrentar o batalhão de pacientes à sua espera. Que fique registrado, porque em outras visitas minhas a hospitais similares, como o Servidor Público Municipal, esta fila poderia levar mais de três horas. Em cinco minutos Zé saía da saleta com um papel para solicitação de Raio X.

Atravessamos o corredor passando por uma porta de vidro, guardada por um segurança, que aponta em direção a outra sala. Com TV e Zorra Total. Nela, tísicos e enfermos, crianças no chão brincando com os insetos e um cidadão funcionário, protegido por um balconete de madeira.
Sem tirar os olhos da tela do computador ele nos indica a colocação da ficha em um dos oito buracos existentes na parede ao seu lado. Onde se pode ler, Ortopedia.

Quarenta minutos mais velho, já incomodado com a demora no atendimento e a paciência Jônica do Zé, vou até a parede, antevendo a surpresa. A única ficha, ainda lá, há espera de hábeis mãos, era a dele. Intocada!

Por que hábeis mãos?

Ao chegar à sala indaguei àquele funcionário, o que estávamos fazendo ali, visto que os aparelhos de raios-X, ficavam do outro lado do hospital. A resposta foi simples:

- Pra digitar!
- Digitar o que?
- O pedido!
- Dos raios X?
- É.

Outros médicos, que não os ortopedistas, passavam de vez em quando por ali e retiravam de outros buracos na parede, fichas de pacientes de outras especialidades. A do Zé ficou lá, melancólica, solitária, por 40 longos minutos.

Resolvi voltar ao funcionário e reclamar. A sensação de que estava atrapalhando seu navegar pela internet ou sua paciência, a normal e a Spider, era constrangedora. Afinal, quanta indelicadeza de minha parte, poderia estar desrespeitando o funcionário público.

Esta também é mais uma peça daquele esquemão para desencorajar o enfermo e pacato cidadão a reclamar. O funcionário sisudo e com má vontade, faz-se de ofendido ou idiota, conforme sua necessidade, sendo incapaz de informar sobre o procedimento corriqueiro, o trâmite, o caminho que cada cidadão contribuinte deve desenvolver dentro da repartição. Ao menos não há aquela folhinha na parede, descrevendo a penalidade por desacato! Esta; mais comum em cartórios e instâncias jurídicas.

Resolvo entrar, insólito, vejo em primeiro plano cinco computadores novos, enquanto ainda estou construindo a imagem positiva, dou mais dois passos e me deparo com um enorme saguão, escurecido por cortinas nas janelas. Dividido por biombos que separam as inúmeras camas e pacientes sobre elas. Outros em cadeiras de rodas e uma mesa central.

Dirijo-me a uma mocinha que acabara de sentar, imagino que seja médica, relato o acontecido. Ela levanta disposta a encontrar alguém da ortopedia, vou atrás, ela entra em uma sala onde obtém a resposta:

- Os ortopedistas estão jantando. -Silenciosamente indago aos céus, revoltado!-
- Estão? - Quer dizer que há mais de um! E precisam jantar juntos?-

Decido virar as costas e retornar para o lado do Zé, em outros casos exigiria providências, mas como o maior interessado mostrava-se paciente e resignado, não disse nada. Antes, porém, resolvi ficar mais alguns segundos ao lado da ficha, e uma mulher que eu ainda não havia visto veio apanhá-la.

Fiquei sabendo então que ali ele deveria ser reexaminado por um ortopedista. Mas a médica ou enfermeira, resolveu agilizar o atendimento e pedir o raio do Raio X!

Saí discretamente para que os demais que se encontravam aguardando não achassem que eu os havia passado para trás. Sim; isto é muito comum entre as pessoas que se sentem desamparadas e fracas ante o sistema. Canalizar sua revolta contra o cidadão que faz valer seus direitos!

Passei a mão no Zé, entenda-se, chamei-o de canto e nos dirigimos ao Raio X. Mesmo sem ninguém à nossa frente, levamos 15 minutos. Voltamos de posse do referido à mesma salinha com buracos na parede e lá colocamos nosso exame. Fomos logo chamados. A doutora deu uma mexidinha no Zé, olhou a chapa e diagnosticou uma luxação de grau 1. O que traduzindo, quer dizer uma Censurado e colocou uma tipóia nele.

Com a sensação de estarmos indo embora fomos à sala de medicação, que ficava ao lado do PS Infantil, para que fosse aplicada uma injeção intramuscular nos glúteos do Zé.
Claro; ali não encontramos ninguém, mas fomos informados solidamente por um segurança:

- Ela já vem! Ela já vem!

Assim bem orientados, sentamos um pouquinho, coisa de uns 20 minutos apenas.

Dali; vejo um pai sentado com sua filha no colo, não tem mais de cinco anos. Nenhum deles se move. Passa das 23h30min, isso não é hora de criança estar acordada. Mais uma menina, no colo da mãe, certamente menos de dois anos, ela vomita no cesto de lixo estrategicamente colocado ao lado das duas, enquanto aguarda o atendimento.

Nas paredes, alguns recortes com motivos infantis, na tentativa de tornar menos assustador o ambiente de espera das crianças. Saio de perto, prefiro não ver e assim acalmo meu coração de pai. Que dor! Como é dolorosa a espera de um pai na fila de um PS Infantil!

A enfermeira que aplica injeções nas pessoas chega e num instante estamos liberados. É quase meia-noite, caminho pela arborizada Cidade Universitária até o carro do Zé. Este hospital atende apenas Uspianos e moradores de bairros próximos. É apenas mais um, igual a qualquer outro hospital público. Hospitais abandonados pelo PSDB e agora abandonados pelo PT!

Lula não traiu a mim, traiu as crianças que esperam nos pronto-socorros do Brasil!

Um Presidente que certamente não se lembra da sua infância!

30 novembro, 2006

Antiga mais vale a pena 2

Há duas semanas, fui surpreendido pelo noticiário ao saber:( Veja)
08/08/2006

Uma senhora no Rio de Janeiro foi internada muito debilitada, correndo risco acentuado de perder a vida.
Passadas algumas horas chegou a notícia do falecimento.
Avisada a família, o trâmite burocrático seguiu com a elaboração do laudo com a causa-morte pelo médico e também o atestado de óbito.
O corpo foi colocado em sacos pretos usados pelo IML. Cerca de 4 horas depois, uma das netas da senhora falecida chegou para preparar sua avó para o enterro.
Pasmem, ao vestir a defunta, que surpresa! A mulher estava viva!
Imaginem o susto da neta?! E o terror da velhinha?
Em urgência, uma ambulância levou-a, às pressas de volta ao hospital.
Internada, não resistiu. Muito possivelmente pelo tempo em que ficou desassistida. Faleceu!
Como se não fosse suficiente, funcionários do hospital, a mando dos médicos, arrancaram das mãos da família o laudo e o atestado de óbito. Rasgando-os.
Os jornais noticiaram no dia, mas para a dinâmica televisiva, hoje isso é apenas notícia de ontem.

28 novembro, 2006

Antiga mas vale a pena...

16/08/2006

Ouvi hoje no rádio (veja):

Três pescadores Mexicanos foram resgatados com vida, distantes 8000 km do lugar de partida! O mais espantoso é que os felizardos estavam desaparecidos fazia 9 meses!

Quando perguntados sobre de que maneira haviam conseguido sobreviver, responderam que se alimentavam de peixes crus e aves, bebendo água da chuva.

Realmente o ser humano é capaz de proezas inimagináveis!

UTLIDADE PÚBLICA

QUERIDOS AMIGOS,

O ARRASTA A REDE

VEM CUMPRIR MAIS UM DE SEUS PAPÉIS.

ABRE ESPAÇO PARA O QUE VOU CHAMAR

UTILIDADE PÚBLICA.

TODA VEZ QUE NECESSÁRIO,

ESTA PORTA ESTARÁ ABERTA PARA

DEFENDER IDEAIS E SOBRETUDO,

A VERDADE

MANIFESTO ANTIGERUNDISTA

( Recebido de Iara e Iuri)

A norma gramatical é clara:

Depois de verbo auxiliar no infinitivo NUNCA se aplica verbo de ação no gerúndio!



Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando (recortar), estar imprimindo (imprimir) e estar fazendo (fazer) diversas cópias, para estar deixando (deixar) discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando (falar) sem estar espalhando (espalhar) essa praga terrível que parece estar se disseminando (disseminar-se) na comunicação, o Gerundismo.

Você pode também estar transmitindo (transmitir) por fax, estar remetendo (remeter) pelo correio ou estar enviando (enviar) pela Internet.

O importante é estar garantindo (garantir) que os gerundistas vão estar recebendo (recebam) esta mensagem, de modo que possam estar (estejam) lendo e, quem sabe, consigam até mesmo estar se dando conta (se dar conta) da maneira como tudo o que costumam estar falando (falar) deve estar soando (soar) um verdadeiro pavor para quem precisa estar ouvindo ( ouvir) o que for dito.

Sinta-se livre para estar difundindo (difundir) tantas vezes quantas você vá estar julgando (julgue) necessárias para estar atingindo (atingir) o maior número de pessoas infectadas por esta epidemia de transmissão oral ou escrita.

Mais do que estar repreendendo (repreender) ou estar caçoando (caçoar), o objetivo deste movimento é estar fazendo (fazer) com que esteja caindo (caia) a ficha das pessoas que costumam estar falando (falar) desse jeito sem estar percebendo (perceber).

Temos que estar nos unindo (nos unir) para estar mostrando (mostrar) aos nossos interlocutores que, sim! Pode estar existindo (existir) uma maneira de estar aprendendo (aprender) a estar parando (parar) de estar falando (falar) desse jeito.

Até porque, caso contrário, todos nós vamos estar sendo (seremos) obrigados a estar emigrando (emigrar) para algum lugar onde não vão estar nos obrigando (nos obriguem) a estar ouvindo (ouvir) frases aberrantes o dia inteirinho.

Sinceramente: nossa paciência tem estado (está) a ponto de estar estourando (estourar).

Um "Eu vou estar transferindo a sua ligação" que eu vá estar ouvindo (ouça) pode chegar a estar provocando (provocar) alguma reação inesperada. Eu não vou estar me responsabilizando (me responsabilizarei) pelos meus atos. As pessoas precisam estar entendendo (entender) a maneira como esse vício maldito conseguiu estar entrando (entrar) na linguagem do dia-a-dia.

Você dispensa o verbo auxiliar e o verbo de ação no gerúndio e aplica diretamente o mesmo verbo de ação no infinitivo! É uma construção elegante, limpa, correta, com significado claro e indubitável!

Demonstra inclusive qual o grau de instrução do interlocutor e em muitos casos pode até demonstrar o seu grau de patriotismo, pois a língua é um dos principais senão o principal fator de dominação entre os povos (vide latim, espanhol e o inglês).

Vamos despachar para bem longe do nosso belo idioma essas construções aberrantes!

A norma gramatical é clara: Depois de verbo auxiliar no infinitivo NUNCA se aplica verbo de ação no gerúndio!

21 novembro, 2006

20 DE NOVEMBRO



Palmares, 20 de Novembro de 1665

O 20 de novembro trata da data do assassinato de Zumbi, em 1665, o mais importante líder dos quilombos de Palmares, que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada em mais 30 mil pessoas.
Em várias sociedades escravistas nas Américas existiram fugas de escravos e formação de comunidades como os quilombos. Na Venezuela, foram chamados de cumbes, na Colômbia de palanques e de marrons nos EUA e Caribe.
Palmares durou cerca de 140 anos: as primeiras evidências de Palmares são de 1585 e há informações de escravos fugidos na Serra da Barriga até 1740, bem depois do assassinato de Zumbi.
Embora tenham existido tentativas de tratados de paz os acordos fracassaram e prevaleceu o furor destruidor do poder colonial contra Palmares.

09 novembro, 2006

HOMENAGEM DE PAULINHO DA VIOLA AO RIO DE JANEIRO


foto: Mário Cardoso



Amor À Natureza
Paulinho da Viola
Composição: (Paulinho da Viola)


Relíquia do folclore nacional
Jóia rara que apresento
Nesta paisagem em que me vejo
No centro da paixão e do tormento
Sem nenhuma ilusão
Neste cenário de tristeza
Relembro momentos de real bravura
Dos que lutaram com ardor
Em nome do amor à natureza

Cinzentas nuvens de fumaça
Umedecendo meus olhos
De aflição e de cansaço
Imensos blocos de concreto
Ocupando todos os espaços
Daquela que já foi a mais bela cidade
Que o mundo inteiro consagrou
Com suas praias tão lindas
Tão cheias de graça, de sonho e de amor

Flutua no ar o desprezo
Desconsiderando a razão
Que o homem não sabe se vai encontrar
Um jeito de dar um jeito na situação
Uma semente atirada
Num solo fértil não deve morrer
É sempre uma nova esperança
Que a gente alimenta de sobreviver

TRIBUNAL FLEX



São Paulo, 8 de Novembro de 2006.

Cada tanque de combustível de um dos Volkswagen Santana luxo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, comporta 75 litros de combustível.

As autoridades que recebem este privilégio têm à sua disposição Cento e Cinco deles!

Em um dos postos conveniados, vitorioso em concorrência pública, cheguei a abastecer com gasolina ao preço de R$ 2,54 reais o litro. Cada tanque cheio chegava a custar aos cofres do judiciário, 200 reais.

Cerca de 80 destes, rodam diariamente nas ruas de São Paulo, muitos sem regulagem adequada ou com manutenção deficiente, chegam a registrar o consumo de 5 Km/l.

Em meus deslocamentos em viatura oficial, rodo não menos do que 400 km/semana, ou 2000 Km/mês.

Será justo cortar as horas extras dos meus colegas para controlar despesas?

DEMOCRACIA BOLIVARIANA



São Paulo, 8 de Novembro de 2006.

Já que a mídia sem vergonha não diz o que está acontecendo no México, por favor, Esquerdos e/ou Direitos, não sei bem como chamá-los.

Poderiam por favor, botar a boca no trombone e comentar que houve fraude nas eleições presidenciais Mexicanas, produzida com dinheiro Estadunidense.

Ao menos se desentoquem, assumam suas posições, joguem limpamente e saboreiem a Democracia.

Isso vale para o Brasil, Bolívia, Venezuela, Cuba, Guatemala, Nicarágua, Equador, além do próprio México, para quem não entendeu muito bem.

Coração Valente



São Paulo, 8 de Novembro de 2006.

O Corinthians foi ao Paraná enfrentar o Atlético local, na Arena da Baixada, tomou um gol no início do jogo, mas virou e venceu por 2 a 1 !

Garotos de coração valente envergam o manto alvinegro, estamos sem velas, mas os remadores são bons.

CASO UBIRATAN Nº. 112



São Paulo, 08 de Novembro de 2006.

O assassino Ubiratan, assassinado em setembro deste ano, tem seu caso discutido com ampla cobertura da imprensa. Uma pena que isso não tenha acontecido nos outros 111 casos de assassinato em que esteve envolvido.

Agora, depois da queima do arquivo, o aparato público e algumas instituições estão furiosamente investindo contra Carla Cepolina.

O mundo contra minha mãe!

Em último caso, sendo bem comprovadinho, aceito até um a ação passional. De qualquer forma devemos considerar em prol do réu, que a vítima possuía antecedentes.

CURTAS 2



São Paulo, 08 de Novembro de 2006.

Direto do Blog do CORUJA, que é zooiudo e não dorme muito!


DOPS

Corredores escuros, torturados e anistiados.
Um povo totalmente desmemoriado e insensível.

Saravá Cláudio Jorge!




GAROTO ESPERTO

O ator americano Keith qualquer coisa está internado para se desintoxicar de drogas e álcool, para ter um filho com Nicole Kidman.

Este garoto é esperto, e não uma besta como o TAL CRUISE!



ESTADOS UNIDOS

Confesso que o assunto não me agrada muito, mas...

Chupa Bush!



GLOBO

A Globo reduziu substancialmente o tempo destinado a seu jornal do fim de noite, basta ver a hora em que o Enxofre Soares vai ao ar. Tudo bem, afinal já temos tanta informação!




VASCO

A garotada do Vasco é boa, mas a do Corinthians é melhor. O bacalhau continua freguês.



HORÁRIO DE VERÃO

Sou a favor do horário de verão. Ainda que mil especialistas sobre os efeitos da “Ceretomima Nucleáxica” tem sobre o Bio-Ritmo do funcionamento do organismo que altera as sensações perceptivas do indivíduo, prefiro dias mais longos, assim dá tempo de viver um pouquinho!



GILBERTO GIL

Falando em valentia, vi, ainda que de relance o Ministro Gilberto Gil, ser aplaudido em Brasília.

Saravá e meus respeitos, Senhor Ministro da Cultura.

16 outubro, 2006

MINHA VIDA, MINHA HISTÓRIA, MEU AMOR.


( Referência à partida, Corinthians x River Plate, Pelas 8ªs de final da Copa Libertadores de 2006)

São Paulo, 05 de Maio de 2006.

Estive no estádio do Pacaembu ontem. Fui até lá para tentar construir no inconsciente do torcedor corinthiano a certeza da vitória. Como se estivesse ao meu alcance, com palavras serenas e calmas, garantir que desta feita, as coisas seriam realmente diferentes do que sempre são.
Para tanto, enchi-me de respiração abdominal; um bom cigarrinho e umas três cervejinhas. Evoquei as cores e luzes da mamãe, a imagem do filhinho do Zé Luis esperando o gol do Tevez, de fora da área, que eu prometera; mesmo porque, bastava enumerar os bons jogadores de cada time e perceber que desta vez venceríamos, ainda que soubesse da fragilidade de nossa defesa.
Estava calmo, ou quase, mas não convencido, tentei em vão, não convenci ninguém. Talvez por breves segundos, apenas entre o lance do gol, pacificador de espíritos e o chute para fora, quando deveria servir a Tevez, livre na pequena área, ambos assinalados por Nilmar.

O corinthiano matreiro, cheio de cicatrizes no coração sabe identificar os sinais da má vontade do destino. Silêncio e intervalo.

Tudo Continuou acontecendo de maneira assustadoramente natural. Saí da posição em que estava para ter uma melhor colocação nos lances do 2º tempo. O sentimento de intranqüilidade que emanava das arquibancadas de certo contagiava os jogadores e tudo ficou mais evidente no momento em que o River Plate empatou.
A soma de uma sucessão de erros e todo o desequilíbrio emocional da torcida impediam qualquer reação. A seqüência de acontecimentos era um roteiro já conhecido, sofrimento do imaturo torcedor corinthiano, que transforma um sonho em obsessão e tudo isso em fracasso.

Para ganhar a Libertadores é necessário planejamento. Sintonia no quadro diretivo do clube. Um bom treinador é quase imprescindível e a torcida deve aprender que precisa passar além de força, tranqüilidade à equipe.
O impaciente corinthiano reclama aos primeiros erros do time e passa imediatamente a ser também um adversário em certos momentos. Quando o torcedor do Corinthians deixa o equilíbrio de lado, oferece a face ao adversário palmeirense, são paulino e santista, que minam sua confiança e obtém o resultado desejado com suas provocações através da pressão desmedida que acaba recaindo sobre os jogadores.
Sabemos da agressividade com que somos achincalhados. Orgulhamos-nos de sermos sempre nós, contra todos os outros. Para isso é necessário fidelidade.

Perdemos, precisamos entender a dimensão da tristeza e assim construir e fazer o Corinthians grande.

A Rua



São Paulo, 25 e 26 de Julho de 2006.

Hoje vou falar sobre uma rua, famosa em todo o Brasil, que reflete na medida exata a cidade que representa, em toda sua diversidade.
Diria que começa maravilhosa, Avenida iluminada, dançante e rica. Com lojas de grifes internacionais, lanchonetes, casa noturnas, uma delas um castelo, dividida por um canteiro central exuberante com enormes árvores lindas.
Poderia dizer caso ali não fosse o seu final, por uma simples convenção que muito a propósito numera e orienta o início das ruas a partir do centro da cidade.

Não há problema, como exige a poesia do roteiro original, começo pelo fim.

Mergulha Avenida de nome Cidade Jardim, túnel à dentro, desabrochando mais rica ainda, mais arborizada no Jardim América. O restaurante Bolinha serve deliciosa, renomada e cara feijoada; estamos na Avenida Europa que corta o bairro do jardim que leva seu nome. Ali, suntuosas mansões, térreas ou quase térreas afrontam os edifícios da cidade, nelas estão os que ainda conseguem se manter milionariamente na horizontal.

Alguns metros adiante encontramos uma famosa e divertida banca de jornal. Em frente à mansão da família Bloch, no cruzamento com a Rua Groenlândia. Lá, o Presidente Juscelino passou sua última noite.

Atravesso a rua e chego ao MIS, museu da imagem e do som, com suas exposições, seu acervo de vozes, shows e um café. Vale a visita. Nesta hora ainda refletindo toda a “Plata” que ergue, avistamos uma infinidade de concessionárias de automóveis e motocicletas. Jaguar, Ferrari, Mercedes, BMW, Harley, para todos os gostos, mas não para todos os bolsos. Agora é Colômbia, para chegar até a esquina com a Avenida Brasil, local da igreja de Nossa Senhora, famosa por seus concorridos e badalados casamentos.

Algumas linhas de ônibus passam por ela, afinal, liga o centro à zona sul, uma delas vai até a cidade universitária, mas não entra, pois a rede da antiga linha do elétrico acaba na porta da universidade.
Das janelas deste ônibus você avista o clube Paulistano, uma delegacia de polícia na esquina da antiga danceteria Colombo.

Já neste trecho é Augusta, definitivamente Augusta. Das lojas, milhares delas, das pessoas que vem da cidade toda para o trabalho.

Augusta; das lojas de calçados, de roupas, artigos eletrônicos, das lojas de artesanato, dos armazéns, dos bares e restaurantes, cafés, bingos, do Cine - Sesc, da galeria conjunto nacional, das lojas de CDs, das livrarias, como a maravilhosa Cultura. Estacionamentos e até uma estação de metrô, a Consolação, que em sua esquina lhe rouba o nome.

Humildemente em duas faixas estreitas para cada lado, cruza a pujante Avenida Paulista.
Inicia sua descida agonizante, findará no início de tudo, antes, pára para um Chope no Frevo ou uma cerveja no BH e para o que há de melhor na sétima arte.

No Espaço Unibanco, que outrora, Nacional, presenteia o bom gosto do paulistano com cinema, dos bons, em cinco salas!
A sua frente a Neto discos, onde é possível encontrar bons discos a ótimos preços.
Mais abaixo, o Promocenter, uma espécie de Galeria Pajé, meio legal, meio ilegal, com preços muito convidativos.
Na galeria, tomamos um mate e compramos uma camiseta de alguma banda de rock, mais restaurantes, agora mais simples, uma ou duas academias populares, muita gente, casas de banho e saunas, mulheres às ruas, preferencialmente à noite. A iluminação já não é mais a mesma, botecos, mais algum comércio, uma última loja de CD’S, muito boa, embora o proprietário não seja lá muito bem humorado, a Discomania. Alguns hotéis com fachadas imponentes e bandeiras nos mastros, hoje aparentemente decadentes, contrastam com pequenas portas de motéis de fluxo intenso.
O ônibus chega a seu destino, passa pela Rua Caio Prado, cruza a Rua Avanhandava dos restaurantes, Gigetto que oferece a salada Corinthiana e Famiglia Mancini, deleite gastronômico.

Cheguei ao centro, desço em frente ao hotel Jaraguá, reformado, hospedagem certa para Arquitetos e decoradores, seu cartão de visitas. Ao seu lado, o Marajá, um grande estabelecimento, uma padaria adaptada à dinâmica Rua Augusta, cerveja gelada, pedaços de pizza dos mais variados sabores, sempre quentinhos, a toda hora. Dali avista-se a secretaria de Educação em seu prédio lindíssimo. Também a Avenida São Luís que liga a Praça da República à Praça da Sé, seus bares, suas agências de viagens, seu belo canteiro central, seus sebos, seus cafés.
Mais a frente a maravilhosa Biblioteca o Vale do Anhangabaú, o Teatro Municipal a Praça Ramos, o Mappin, o Shopping Light.

A Augusta é a cara de São Paulo, com licença, vou ver meu amigo Amaral e comer um sanduíche de pernil no Estadão.

11 outubro, 2006

A COR DA CHUVA, A COR DO TREM.



São Paulo, 07 de Julho de 2006.

Se perguntassem a você qual é a cor da chuva, qual seria sua resposta?

Quando menino meu pai costumava me levar ao Rio de Janeiro no que mais tarde ficaria conhecido como trem de prata. Aliás, hoje ele não existe mais. Faz alguns anos tentaram reativá-lo, porém as passagens eram caríssimas, pode-se dizer que hoje ele esteja extinto.
Bem, já que toquei no assunto as viagens de trem para o Rio eram deliciosas. Com excelente esforço de memória posso dizer que as cabines eram aconchegantes, havia um armário embutido na parede que dava fundos ao banheiro, logo ao lado da porta. Havia uma pequena mesa e uma poltroninha dispostas frontalmente uma à outra, cada qual encostada em uma das paredes laterais. Oposta à porta de entrada do leito havia uma janela enorme, com uma espécie de persiana, que aberta permitia uma visão privilegiada do entorno dos trilhos. No limite mínimo da janela havia uma cama presa à parede, porém, desarmada, ficando toda ela encostada na lateral abaixo da janela sem ocupar espaço. O segundo leito ficava acima do janelão, e para meu tamanho de menino posso dizer que era bem confortável.

Mas a diversão começava antes. As saídas de trem para o Rio de Janeiro aconteciam apenas às sextas-feiras à noite o que por si só era atrativo para um garoto de quatro para cinco anos. Lembro-me de mais, lembro das escadas e plataformas pelas quais passávamos antes do embarque. Se tivesse que dizer a temperatura, tenderia a dizer que era frio. Lembro do relógio redondo da estação, dos gradis, que mais tarde, quando da descoberta da história, por filmes ou na escola, remeteram-me a uma lembrança quase européia, quase inglesa.

O deslocamento dentro do trem era outra diversão; você saía da cabine, todas elas situavam-se do lado direito do trem, no sentido de quem vai dos fundos para a locomotiva. Do lado esquerdo, janelas permitiam que se visse o outro lado da ferrovia. A passagem de um vagão para outro era feita através de uma ligação sanfonada, com duas portas, uma em cada vagão e um espaço interno fechado, entre as duas, que creio eu ficava em exatamente em cima dos engates, de aproximadamente um metro, que embora totalmente fechado, tinha uma superfície que se movia para os lados conforme a movimentação do trem. Nada que causasse pânico visto que ali se gastava apenas um passo.
O “Gran Finale” ficava por conta do carro restaurante, chegávamos para jantar e sentávamos em mesas com dois bancos com encosto, como no Jack in the Box, ou qualquer lanchonete destas, dispostas uma às costas da outra. Havia uma cortina de renda nas janelas, um vaso com flores no centro de cada mesa. Jantávamos. Curiosamente lembro-me de sopas, depois voltávamos para enfeitiçadamente admirar o janelão.
A luz da Lua era a maior responsável pela iluminação da paisagem. Acredito ter sido ali minha introdução ao mundo do cinema, afinal tudo ali parecia filme, a árvore, a casinha, outra árvore, o ciclista, a vaquinha, o movimento!
Todas às vezes, pedia para ficar só mais um pouquinho acordado quando chegava à hora de dormir. Papai e Mamãe compravam umas revistas com atividades para decalcar, recortar colorir, que eu amava, e guardava dentro do armário da cabine.
Adormecia, o barulho do deslocamento do trem sobre os trilhos da ferrovia embalavam o sono. Era fácil sonhar!
O trem chegava sempre muito cedo ao Rio, por volta das 6 da manhã. Agora entendo, era servido também, no carro restaurante, o café da manhã, que nunca tomei, pois era servido somente até a hora da chegada. Claro, Papai e Mamãe deviam ir namorar enquanto eu dormia. Era possível também ficar nas cabines mesmo com o trem já parado, já no Rio, até umas 8 horas. Mamãe deve saber melhor. Permitindo aos passageiros um descanso extra e um desembarque tranqüilo. Um verdadeiro prazer. Tudo isso para ver a Vovó Luly.

Esta é sem dúvida uma das minhas mais maravilhosas lembranças dos tempos de criança. Muito obrigado Papai.

A propósito, na época eu costumava chamar aquele trem, o de prata, de transparente, ou melhor;
O trem era cor de “parente”, como a chuva.

03 outubro, 2006

Acústico Lenine


São Paulo, 02 de julho de 2006

Para gostar de Lenine, você precisa apenas ter bom gosto ou manter suas sensações à flor da pele e ter nascido em qualquer lugar do planeta.
Já para conhecer ou entender Lenine, você precisa antes de tudo ser brasileiro! Sim, porque Lenine é brasileiro.

No último final de semana de Junho, o arranjador, produtor, cantor, compositor e instrumentista pernambucano, gravou no palco do novo e lindo auditório do Ibirapuera, seu mais novo trabalho. O Acústico MTV-LENINE.

Acostumado, show a show, a dar uma roupagem nova para suas composições, Lenine parecia muito à vontade ao receber convidados para lá de especiais. Como a banda Mantiqueira, e o Camaronês Richard Bona, que toca baixo como poucos, conhecido do brasileiro desde o “Heineken in concert” do ano 2000, um espetáculo à parte. A apresentação contou ainda com as participações de Igor Cavallera (baterista do Sepultura), do Rapper brasiliense GOG e do Maestro Ruriá Duprat, que dividiu o palco, tanto no comando da orquestra como ao piano.
Mas a estocada final no coração do público veio com a interpretação de “Paciência”, uma das músicas mais tocadas do compositor, quando Lenine convidou a harpista, Cristina Braga; em um encontro de técnica e emoção, uma interpretação irrepreensível, levando a delicadeza no colo, Lenine tocou de leve a perfeição.

Lenine é aquele garoto do Nordeste que se apaixonou por alguma coisa, acredito que pela vida, e transformou a música em sua razão de viver. Talvez por isso, suas letras sejam pontiagudas como punhais, como ele mesmo diz, navalhas que ferem rente em nossa sociedade que não anda, já há algum tempo, enxergando muito bem.

Desde o início de sua carreira, com o disco “Baque Solto”, ao lado do amigo Lula Queiroga, presente e aplaudido na platéia, até hoje com o lançamento de seu CD Acústico, Lenine garante, na diversidade da sua inesgotável capacidade musical, um lugar eterno entre os maiores de nossa música.

02 outubro, 2006

O JABUTI E A FADA DO JARDIM.


São Paulo, 28 de Março de 2006

Era uma vez;

Um Jabuti muito, muito especial.

Desde cedo a vida tinha ensinado a ele que sempre deveria acreditar na fantasia.
Na escola, gostava muito das aulas de literatura da professora coruja, que vivia pedindo a ele que escrevesse poesias, atividade em que era especialista.
Como tinha perninhas muito curtas, sofria um pouco nas aulas do formigão, professor de Educação Física, adorava futebol, mas era sempre o último a ser escolhido. Pudera, nunca chegava a tempo para as disputas de bola, certa vez, foi confundido com a própria e abocanhado pelo colega cachorro.
- Hei! Com este moleirão não brinco mais!
- É melhor não falar assim, pois senão ele corre atrás da gente. -Disse o gato Juarez.
- Que nada. - Disse o Sapo Cururu. Ele é assim mesmo, velho, feio e vagaroso.
- Epa! Eu não sou velho não! Sou um Jabuti jovem, estou na flor da idade, e a Fada do Jardim vai trazer uma jabota para ser meu par.

Assim acontecia quase todo dia, os bichinhos muito intolerantes faziam pouco caso do nosso amigo.
Bem, deixem-me contar a lenda da Fada do Jardim!
Ali, logo depois do canteiro de margaridas, onde moram as borboletas, havia uma construção gigantesca, era lá que os cachorros passavam a noite. De lá também saía uma serpente muito engraçada, que cuspia água e fazia chuva, mesmo nos dias mais ensolarados. Bem ali, morava uma fada muito bonita, era alta, tinha cabelos longos, negros como a noite, de olhos verdes, quase transparentes.

A Fada do Jardim aparecia de vez em quando, e num passe de mágica, lá estava o morador novo no jardim.

O sábio sabiá, dizia que a fada não existia; que o Jabuti havia chegado lá em uma caixa, e que a qualquer momento ele deveria virar um sapato, porque Di Pollini é marca de sapato e não de Jabuti.

Assim, o tempo foi passando.

Colibris e pombos haviam feito seus ninhos, e até bebezinhos já tinham. Os cachorrinhos brincavam dia e noite, Juarez, tinha uma namorada no jardim do outro lado do deserto preto, onde animais furiosos passam, fazendo barulho e cuspindo fumaça. Um deles inclusive passou por cima de um dos filhotes da Dona Coelha, pobrezinho, foi uma tristeza, mas isso sempre acontece. As joaninhas, já adolescentes, passavam de mãos dadas com seus namorados gafanhotos. Cigarras cantavam toda a noite e eram as únicas a fazer companhia ao solitário Jabuti.

Até que um dia...

De manhã, logo cedinho, uma gritaria e um alvoroço tomaram conta do jardim. O diz que diz, dava conta de que a Fada do Jardim estava por lá, e que era dia de magia.
O Jabuti, que passara os últimos seis meses compondo uma poesia para a Dona Coruja, ao saber, saiu o mais rápido que pôde.

- É hoje! Vou ganhar uma companheira!
Seus olhos encheram-se novamente de esperança, ultrapassou um casal de lesminhas que estavam pelo caminho.
- Hei; desculpe seu caramujo!
- Caramujo nada! Ainda pago aluguel, não tenho casa própria.

Era uma festa, algazarra geral. O Jabuti enxergava ao longe os bichinhos em volta da Fada do Jardim, pulando felizes, tudo o que ele queria era estar ali. Cansado, diminuiu a marcha, tentava chegar com muito esforço, suas perninhas estavam fracas e ele sentou para descansar um pouco.

Vinte minutos depois...

Já estava em marcha novamente, porém percebeu que a cantoria havia terminado. Mesmo assim continuou em direção ao local da festa. No caminho encontrava bichinhos que já voltavam...
-Hei, já está indo para a reunião do ano que vem? -Perguntou o Juarez-
- Não, vou ver minha amiga Jabota!
- Que nada, pode esquecer, a fada trouxe um casal de Preás.
- Não é possível! – Exclamou o Jabuti-

Ao chegar ao local encontrou somente uma caixa com furinhos, nela os dizeres, Di Pollini.
Pensou no que havia lhe contado o sabiá, seus olhos brilharam, começou a procurar.
Olhando em volta percebeu, próximo ao Jatobá Gigante um casal de roedores procurando um lugar para cavar seu buraco.
Encostou-se a uma pedra, fechou os olhinhos e chorou bem baixinho para ninguém ouvir.

Repentinamente sentiu alguma coisa tocar suas costas, mexeu as perninhas, mas não encontrou o chão. Abriu os olhos assustado, gritou por socorro! Só então percebeu: A bela, mais bela do que ele poderia imaginar, Fada do Jardim colocou-o suavemente na palma de sua mão. Foi aproximando o pequeno animalzinho de seu rosto e lhe deu um beijo bem no meio da carapaça.
Neste momento, como por encanto, a linda Fada do Jardim tranformou-se na mais linda Jabota de que se tem notícia.
E os dois foram felizes para sempre...

26 setembro, 2006

É Saudade



São Paulo, 20 de Junho de 2006.

Qual a sensação que você não consegue explicar?

Neste final de semana faleceu o humorista Bussunda, do grupo Casseta e Planeta. Confesso não ser um conhecedor da obra ou da história, principalmente da mais recente, de programas semanais, com humor e piadas até certo ponto repetitivos. Um programa com esqueleto fixo, alicerçado em um duplo interesse. O da emissora que paga alto por um produto para super explorá-lo, e do grupo que precisava manter o horário mais cobiçado da TV, ainda que ambos estivessem abrindo mão de maior qualidade no resultado final.

Um grupo de amigos brilhantes na arte de fazer humor, juntos há muitos anos tornou-se capaz de encenar qualquer personagem. Ao longo dos anos, construíram uma imagem muito sólida de humor inteligente. Desde os tempos da Revista Casseta popular, passando pela TV Pirata, até os dias de hoje no programa que não assisto, Bussunda e sua turma garantiram um lugar de respeito no seleto grupo de programas de qualidade exibidos em televisão.
A morte de Bussunda, a notícia da morte de Bussunda, que chegou a mim sábado pela manhã, me entristeceu. Talvez por ter sido responsável por algum sorriso meu. Inevitavelmente conquistado com inteligência, irreverência e ironia. Ingredientes dos sábios, dos que já entenderam e encaram a vida como uma delicada brincadeira e nela devemos nos divertir muito.

Ainda que em alguns momentos não saibamos explicar o que sentimos, acho que a admiração nos remete a lembranças de outras pessoas e, portanto, sentimos a falta delas.

25 setembro, 2006

POBRE SUZANE...



São Paulo, 06/06/2006

Este talvez seja o mais controverso ponto de vista aqui exposto. Incumbo-me apenas de evocar o advogado do Diabo.

O Desembargador do Tribunal de justiça Canguçu de Almeida frustrou o desejo dilacerante da nação ao impedir a transmissão ao vivo do julgamento de Suzane Richtofen. As redes Record e Bandeirantes estavam preparadas para levar ao ar, ao vivo, o julgamento. Outra magistrada mostrou-se indignada contra a posição do colega, entendendo tratar-se de e um caso respaldado em clamor popular e por tanto deveria ser transmitido.
A alegação para o cancelamento fazia referência ao fato de que poderia influenciar os jurados.

Balelas, Suzane já foi condenada.

Condenada por todos os pais e mães que não conseguem conceber um filho que mate seus próprios pais. Foi condenada pelos jornaleiros, taxistas, padeiros, pedreiros, motoristas de ônibus que trazem no seu parecer a indignação contra todo o estado de violência que vivenciamos, dia a dia.

A simplicidade, por vezes a ignorância, o medo o “status cuo” do...

- Vejam as fotos, olhem que família feliz!

Clamam por punição exemplar a esta malévola criatura, Suzane Von Riquitofem, que aniquilou, a sangue frio, seus pobres pais.

Os adeptos da moral e dos bons costumes, da ordem e do positivismo tupiniquim, do conservadorismo, antecipam o julgamento, como sempre, e executariam a Nosferatu ali mesmo. Melhor, tentariam atribuir aos rapazolas da classe inferior a responsabilidade pela crueldade, deixando para a agora pobre menininha o álibi do desequilíbrio mental.

O que a sociedade não admite é ser enganada em seu programa de TV dominical. O Fantástico exibiu trechos da conversa entre Suzane e seu advogado, simulando uma farsa. Não perco meu precioso tempo com folhetins fantasiosos e posso estar errado, mas... O Fantástico teria violado algum direito de Suzane?

Voltando ao povo indignado

- Terá sido esta a primeira vez que réu e advogado combinam sua estratégia de defesa?

Voltando ao folhetim fantasioso.

Por que o Fantástico não gravou a conversa do Governador de São Paulo com o líder da facção criminosa PCC?

Voltando ao povo indignado.

Por que não existe esse clamor popular, esta indignação e esta revolta a favor das vítimas e contra o deputado Hildebrando? Contra o jornalista Pimenta Neves? Contra o Promotor Igor? Contra a PM de Eldorado de Carajás? Quantos mais? Para ficar apenas em nossa história recente.

Esta é nossa sociedade que produz desinformados, ignorantes e alienados a torto e a direito, assistam seus programas todas as tardes onde imbecis bisbilhotam a vida alheia e propagam a mediocridade através das antenas de TV. Voltem para frente de seus aparelhos, alimentem-se de esterco, mas guardem em seus corações tudo o que pensam.

A propósito, será que Suzane Richtofen poderá assistir aos jogos do Brasil? Beneficiada pelo presente do Governador. Esta sem dúvida é uma questão bem pertinente.

Por favor, mandem a pobre e desequilibrada Suzane para a cadeia. Para ser violentada e morta e assim ajudar a absolver os pecados desta nossa sociedade doente.

Papai me dá uma bola?




São Paulo, 22 de Junho de 2006.

A seleção de Costa do Marfim foi roubada na partida contra a Holanda. A seleção de Gana foi roubada pelo brasileiro Carlos Eugênio Simon, no jogo frente à Itália. A seleção de Togo foi assaltada frente à Suíça. Nas três partidas, salvo engano, bandidos sul-americanos estavam no apito.

Por onde começar a crítica? Pelo racismo? Ou me chamarão de racista por elencar seleções de países de maioria negra e assim não tratá-los como qualquer seleção. Uma Copa do Mundo realizada na Europa prevê o resgate do futebol daquele continente?

Na Copa passada, Itália e Espanha sucumbiram frente à vendida arbitragem em suas derrotas para a anfitriã, Coréia do Sul. Engraçado, toda indignação de nossa mídia esportiva, crítica verborrágica dos escândalos em nosso futebol, tratou a questão de forma muito tímida, me lembro. Na Copa passada, fomos muito favorecidos pelos árbitros em jogos conta a Turquia e a Bélgica, por exemplo. Talvez isto amanse os aduladores da CBF, aduladora da FIFA!

O futebol que conheci ainda garoto, pelo qual me apaixonei, está falecendo, não, ele já morreu. Não existe mais a brincadeira, não se joga mais bola. Existe apenas um produto comercial que tem público alvo definido; cidadãos que possuam dinheiro para comprar TVs de plasma, planos de TV a cabo, pacotes de viagens para o exterior, despendam fortunas por um ingresso.
O futebol que amei, morreu, no seu lugar duas vertentes, esta, descrita acima e outra mais cruel. Homens-focas, saídos das favelas de países periféricos, que sorriem como idiotas e vendem tênis, camisas, bolas, refrigerantes, desodorantes, sandálias, telefones celulares, cervejas em troca de fortunas, seduzindo seu público alvo.

Recolho-me, não vou andar na contramão, mas tenho todo o direito e não me encham o saco, de torcer pela Argentina.

SE O PARREIRA FOSSE EU...



São Paulo, 12/06/2006

Iria falar sobre a Seleção Brasileira, gostaria de remeter aos amigos que sempre me ajudam a pontuar o assunto.

A primeira estilingada, teria vindo não fosse a perspectiva de não poder mandar pela internet, na época do corte do jogador Edmilson. Diria que o Parreira começou a perder a Copa ali ao levar o volante Mineiro apenas para amenizar as cobranças vindas da imprensa paulista. Por coerência, deveria ter chamado Julio Baptista ou Edu. Vou falar.

Passou, eu estaria errado, porque o Brasil deve perder a Copa por outros motivos.

Esta talvez seja a Seleção mais “estrelinha” da história do futebol brasileiro, fruto da exploração comercial, da exposição e da utilização da mídia.

Afinal, defendi nos últimos anos a não convocação de Roberto Carlos, Cafu e Ronaldo, ainda que não estivesse questionando-os tecnicamente e sim porque enquanto Cafu já tem um bom substituto, embora jogue melhor no esquema 3-5-2 do que no 4-4-2 da Seleção. As outras duas figuras aproveitam para viver deliciosamente os castelos que construíram. Esta medida teria permitido o desenvolvimento e o empenho de outros atletas que motivados poderiam ocupar estes lugares.

Nosso centro-avante tem bolhas nos pés, provocadas por sua chuteira milionária. Tem febre provocada por uma balada até a madrugada no dia de folga, é verdade.

Parreira teria criado a condição para escalar quem quisesse porque hoje não lhe é permitido deixar estes três fora do time.

Em meu time, Gilberto Silva seria o primeiro volante e Juninho Pernambucano não ficaria de fora ao lado de Kaká. Deixo para vocês a escalação do quarto homem no meio campo que poderia ser Emerson, jogando como na Juventus, Zé Roberto, meu escolhido, Robinho recuado, Ricardinho...

O certo é que em minha seleção hoje a dupla de frente seria Ronaldo, melhor tecnicamente, mas prontamente substituível por Adriano e Ronaldinho Gaúcho, jogando como quiser.

FUTEBOL COM BANANA



São Paulo, 17/05/2006

Saí de casa agora a pouco, vim ao espetinho da Aclimação dar uma coringadinha na semifinal Vasco e Fluminense. Há quanto tempo não víamos o Maracanã fervendo com uma grande decisão?

O time do Vasco embora repleto de desconhecidos mostra-se insinuante, mas o Flu empata de pênalti no primeiro minuto do segundo tempo, acalmando-se, agora depende apenas de mais um gol para levar a disputa para pênaltis.

Hoje à tarde Sol Campbell lembrou-me João Carlos do Cruzeiro. Forte como um touro, subiu imponente, intocável, cabeceou firme, de maneira inapelável e abriu o placar para o Arsenal. Podem dizer que a zaga falhou e até falhou, mas duvido que alguém conseguisse detê-lo.

O segundo tempo reservava mais, Samuel Eto’o que infernizou a zaga inglesa empatou com um gol de centroavante com 9 maiúsculo e o Barca virou!

Ronaldinho foi testado para a Copa, teve dificuldades, quase sucumbiu, embora não tenha feito o gol, não baixou a guarda e mostrou-se pronto. Nesta brincadeira o destino ajudou a seleção, acendeu o alerta no craque brasileiro.

Enquanto isso, Vasco o Fluminense continuam no um a um, já aos 30 do segundo tempo. Vai dando bacalhau.

Certo estava o papai, torcedor do Mengão.

Não está valendo a pena ter saído de casa para ver esse joguinho, tudo bem, vale pelo texto e pelo espetinho doce, de banana e chocolate.

17 setembro, 2006

OS NÚMEROS DE SCHUMMI



São Paulo, 3 de Maio de 2006.

O que farei agora, jornalisticamente será desinformação. Entretanto, a intenção aqui, não é criar um compêndio sobre F1.
Algumas particularidades do circo da fórmula um são mensuradas de maneira a registrar as grandes marcas. Vamos a elas!
A maior de todas faz referência ao número de títulos mundiais conquistados. Cresci acreditando ser impossível, em uma época tão competitiva, que um piloto fosse capaz sequer igualar a inacreditável marca do argentino Juan Manoel Fangio, que nos anos cinqüenta conquistou por cinco vezes o campeonato mundial de F1.

Tomei gosto pela coisa nos anos 80. Acompanhei os três títulos de Piquet, o último dos três de Nikki Lauda, os três primeiros de Prost, sua retirada e posterior retorno, para ganhar com uma Willians, que andava sozinha, seu inimaginável, 4º título. A mesma Willians que conseguiu dar à Mansell, um português que nasceu na Inglaterra (diria papai), seu único título. Vi o de Rosberg, que teria sido de Villeneuve, o bom, se não tivesse morrido. Claro, vi os três de Senna. Estes os vencedores até 93.
A lista dos grandes deve ser acrescida do escocês Jack Stewart, tricampeão na década de 70, alardeado aos quatro cantos, que claro, não vi correr.

Com a morte de Airton em 94, desinteressado me afastei, e os números que seguirão certamente não terão a mesma precisão dos anos 80.

Em 95 e 96 o bicampeonato do alemão faz a alegria de quem aprecia o talento vencendo aquela Willians lá. No ano seguinte Schumi se transfere para a Ferrari, iniciando um projeto que tiraria a equipe italiana do jejum de 22 anos sem títulos. Vencendo com a equipe de Maranello os campeonatos de 2000, 2001, 2002,2003 e 2004, tornando-se heptacampeão mundial!

Descarto todos os pilotos que o Galvão Bueno achou ótimos, incluindo, Mansell, Rosberg, o bicampeão, 98-99, Mika Hakkinen, Villeneuve (97) o ruim e outros tantos, se salva apenas o campeão do ano passado, Fernando Alonso, inferior a Schumacher, mas com talento para alcançá-lo, ou quase, ao longo dos anos.

Schumacher é piloto da história que mais pontuou; que liderou mais voltas, que fez mais voltas mais rápidas, que mais subiu ao Podium. Piloto que superou já de longe as inalcançáveis 51 vitórias de Prost, as 41 de Senna, as 31 de Mansell e as 27 de Stewart, tem mais de 80.
Há dois domingos atrás igualou o último recorde que ainda não era dele, 65 Pole Positions de Airton Senna, ambos com o dobro das 33 de Jim Clark (o último dos gigantes a entrar no texto).
Os números do alemão impressionam, nas pistas ainda hoje até onde poderá chegar? Até onde teria chegado se tivesse dividido com Senna s disputas nas pistas por mais alguns anos?

Impossível precisar, certo está, que na frieza dos números da fórmula um, o número 1, tem dono, e ele é Alemão.

14 setembro, 2006

O REI DA CHUVA (testando a memória)


São Paulo, 02 de Maio de 2006.

Já há algum tempo a Priscilla, minha metade mais doce, insiste, já andava desconfiado, propositalmente em saber de mim, quem teria sido melhor, Ayrton Senna ou Michael Schumacher?
Para este tipo de comparação existem frases e conceitos considerados, “lugar comum”, que serão sempre evocados para justificar qualquer resposta.
Poderíamos dizer... São épocas diferentes, mas não tanto. O alemão estreou na Formula-1 em 1991, no meio do ano. Ayrton morreu no início de 1994, em um ano que prometia ser todo dele, mas começara todo ruim, inclusive com duas vitórias de Schumacher, seu provável oponente.
Poderíamos distinguir os estilos, embora não fossem tão diferentes assim. O explosivo Ayrton do começo de carreira e o até um pouco antiético e anti-esportivo início de carreira de Schumi tem traços de similaridade.

Schumacher e seu talento passaram a ocupar um espaço que para todo povo brasileiro, em espacial para os amantes de F1, era uma ferida escancarada, era ainda nosso.
Sem dúvida foi isto que fez que apenas no Brasil, Schumacher não tenha sido perdoado por jogar seu carro em cima do de Damon Hill, tirando-o da prova, depois de cometer um erro infantil, mas voltar à pista com seu carro danificado e ir jogando no lixo, um campeonato que ele merecia ganhar. Seu primeiro em 1995.

Apenas para identificar paralelos, Ayrton jogou ou deixou sua Mclaren bater na Ferrari de Prost em 1990, e assim, encurtou seu caminho para a conquista do título naquele ano, seu segundo. Título que ele ganharia ali mesmo, no Japão ou na Austrália, corrida seguinte, pois era melhor piloto e tinha melhor carro. Ainda que Prost fosse um milhão de vezes melhor que Damon Hill.

Ainda para falar sobre acidentes Schumi tentou fazer o mesmo que fizera com Hill, na disputa da última corrida em 1997, contra Jacques Villenueve e se deu mal, aguçando ainda mais a ira dos brasileiros diante de sua conduta incorretíssima.

Em 1989, Senna e Prost, ambos na Mclaren, envolveram-se em um acidente na chicane de Suzuka, onde o francês fechou a passagem do brasileiro. Na colisão, Prost saiu imediatamente da prova; faltando quatro voltas, Senna, sem o bico obstruía a pista e foi legalmente empurrado pelos fiscais de pista Seu carro pegou e ele passou por fora da chicane, perdeu toda a vantagem que tinha para seus adversários no trajeto de chegada aos boxes, onde teve um novo bico colocado. Voltou em segundo lugar, 12 segundos atrás do líder, precisando da vitória.

Neste incidente teoricamente provocado por Prost, teria nascido a semente que um ano depois, eclodiria aos olhos nacionais, como justa vingança na conquista do Bi-campeonato do brasileiro.

A propósito, Senna voltou à pista, tirou a diferença de 12 segundos, ultrapassou Alessandro Naninni e venceu a prova em um desempenho inesquecível.
Jean Marie Balestre, francês, diretor de prova desclassificou Ayrton Senna por passar por fora da chicane, consequentemente dando o título daquele ano à Prost.

Haveria mais uma corrida, na Austrália. Senna precisaria vencer o rival também lá, onde ainda não havia vencido. Possuíam o mesmo equipamento, o resultado seria imprevisível, porém uma chuva torrencial caiu na hora da prova. Alguns pilotos, liderados por Prost tentaram o cancelamento da largada, Prost foi o único a dar a volta de apresentação e abandonar no Box.

Senna não venceu, bateu. Não sem antes proporcionar um dos maiores espetáculos da história da Fórmula um.

Amanhã tem mais.

12 setembro, 2006

Para Meu Amigo Zé Martins


(Referência à partida São Paulo x Estudiantes, pelas 4ªS de final da Copa Libertadores de 2006)

São Paulo,20 de Julho de 2006

O começo; como sempre no começo estava – zero a zero. A secada no Internacional com um olho só não tinha surtido muito efeito.
A irritação vinha da noite anterior, da derrota incontestável do River Plate para o Libertad, dando a exata dimensão da incompetência alvinegra e da provocação barata do seu irmão.
Parodiando Henfil e Zumba;

ZÉMERMÃO,

Alguma coisa me garantia que as ausências de Lugano e André Dias, poderiam fazer a diferença.
Minha previsão se confirmou, a dupla de zagueiros reservas dava calafrios, o time argentino, embora fraco tecnicamente, levava algum perigo.
A atmosfera sentida, não in loco é claro, mas pela TV era a de sempre, estádio lotado, pressão consistente desde o início.
Ao final do primeiro tempo, ao contrário do que acontece em outras paragens menos favorecidas pela sorte, ainda que não tenha sido merecedor destacado, o São Paulo conseguiu a vantagem. Em cobrança de falta na lateral esquerda da área, cavada por Leandro Gianechinni (o melhor homem em campo) depois de uma finta de letra.
Falta batida por Júnior, na marca de 45 a bola caiu rasteira para o toque no centro da entrada da pequena área, livre, de pé esquerdo, meio de virada, todo torto, do zagueiro Ed Carlos!

É seu Martins, futebol não é Filosofia. Futebol é o contrário de todas as análises, é a afirmação do impossível é o encanto e a graça do que não devia ser mais é! Há também questões menores, como sorte, paixão, mérito e justiça.
Nada disto importa, futebol é resultado! No segundo tempo, apenas um chute cruzado de Júnior da entrada da área, vindo em diagonal para dentro que passou rente à trave.
Houve também um impedimento, por muito pouco, que o bandeirinha Viu!
Podia ter não visto, o Hermano entrava “solo” cara a cara com o Mauricinho! Aos 42 era bom demais para ser verdade, mas o bandeirinha VIU!
Pênaltis.

Tudo certo até três a três, o São Paulo batendo melhor e o almofadinha comportado, obedecendo à regra, até que na 4ª cobrança, o Jeca Goiano Danilo bateu meia boca, cruzado a meia altura e o goleiro pegou!
Um Ahhhhhhh! Foi minha resposta imediata!
Na próxima cobrança, a de passar à frente, o goleiro de vocês deu três passos para frente e saltou para seu lado direito, agarrando a cobrança, empatando a disputa. Na mesma hora falei; Ele vai mandar voltar a cobrança pois era nítido, o arqueiro caíra além da metade da distância entre o gol e a pequena área, aos pés do árbitro. E o bandeirinha desta vez, NÂO VIU!
Enquanto isso o comentarista de arbitragem, Arnaldo César Coelho, procurava todos os argumentos para justificar o não cumprimento da regra, mas na falta de algo melhor, ficou com um:
- O Rogério tem que fazer isto mesmo, agora que está perdendo.
Pérola, que só quem está um pouco menos emocionalmente envolvido, consegue escutar.
Depois disso, Júnior converteu sua cobrança. Outro caboclo chutou para fora.
Deu tricolor!

Mais uma vez. Muita festa com direito a hino, sinalizadores vermelhos, milhares de pequenas bandeiras, daquelas de plástico.
Restou-me fechar a janela, aberta para o “Chupa São Paulo” do final. Fica para a próxima.
Faltou você; mas teve você também, um beijo com saudade. Boa sorte. Para você, não para o São Paulo.

06 setembro, 2006

PCC, A SEMANA SEGUINTE.



São Paulo, 21/05/2006

A polícia paulista promove desde segunda-feira a encenação do terror. O surdo consentimento da classe média endossa os assassinatos em massa que vêm acontecendo.

A mídia e a polícia insultam nossa capacidade de discernir com as mais absurdas mentiras estampadas em cores nos jornais. Bem como as recorrentes matérias sobre o sistema carcerário americano que saem das gavetas do fantástico toda vez que nossa classe média sente-se insegura. Matérias que no inconsciente geram o medo alimentando a sensação de insegurança.

A polícia planta flagrante, dá tapa na cara, cheira sua mão, humilha, manda pôr a mão na parede, manda abrir as pernas, de armas em punho, sobre a orientação do comando e com o consentimento da animália armada.

A sociedade paulista da periferia não concorda com a postura da polícia. A sociedade paulista da periferia não gosta do traficante que alicia menores, que narcotiza pessoas que promove uma estrutura de subordinação e medo. A sociedade paulista da periferia teria inúmeros motivos para apoiar ações mais efetivas da polícia. Afinal, nós da elite branca sentimos insegurança, imaginem os moradores da periferia o que sentem.Quem é esta polícia que patrulha as regiões onde a elite branca vai comprar seus entorpecentes?

A polícia invade e mata indistintamente, Office boys, mecânicos, entregadores de pizza, cidadãos comuns, como na favela Naval a cerca de oito anos. Todo dia! A diferença está na coragem do cidadão que filmou.

A entrada de mais de 100 corpos no IML em apenas duas madrugadas choca! Suspeitos?! Suspeitos do quê! De serem negros? De serem pobres? De serem trabalhadores? Talvez de serem órfãos!

Minha suspeita é de que a propriedade privada massacra os excluídos. Minha suspeita é que devem morrer... E as mãos sujas de sangue não sejam as minhas. Minha suspeita é de que os covardes que possuem armas querem que a polícia faça o trabalho que não têm culhão para fazer.

A hipocrisia e a ignorância da sociedade em que forçosamente vivo andam na contramão da história.

No momento em que o mundo todo elege líderes e adota políticas pacifistas, respaldados no fracasso pretensioso dos anglo-saxões do Norte que deixaram e deixam nações em chamas e saem pelo tubo do esgoto. Nossos digníssimos universitários das classes média e alta, elitistas e brancas, querem fazer o contrário.

Vivam nessa mentira de falsas oportunidades iguais, vivam neste circo que o dinheiro dos seus pais produziu e morram na ponta de uma bala de fuzil, disparado por bandidos que policiam ou pela polícia bandida.

04 setembro, 2006

PCC, O DIA SEGUINTE. (1º Dia de Ataques)


São Paulo, 16/05/2006


O paulistano da classe média mostrou-se infantil diante de uma pequena dose de adrenalina que a sensação de pânico pode trazer.

Munidos de seus telefones celulares congestionaram todas as linhas.

Manobras desnecessárias, carros passando sobre a calçada, alta velocidade e desespero. Esta postura associada a imbecis que espalham boatos pela internet promoveram na cidade uma noite de terror.

Polícia e bandidos travam nas últimas horas confronto compatível às ruas do Iraque. Na periferia, quase todo dia é assim. Toda madrugada que antecede o trabalho é perigosa.

Os pais de nossa classe média começaram a contaminar a paz, frágil paz, questionando a necessidade de retirar seus filhos das escolas mais cedo. As empresas anteciparam as saídas de seus funcionários, o rodízio de veículos a exemplo do que acontecera de manhã, foi liberado. Como resultado, o maior congestionamento da história da cidade.

Caso São Paulo, o diamante abandonado pelos tucanos, passe a experimentar a sensação de guerra civil que cariocas e periféricos daqui já conhecem, é aconselhável manter a calma.

Engraçado, talvez pela primeira vez, a convocação da seleção brasileira não ocupou o noticiário do dia. Como diria o prosador, quem tem cú tem medo.

A madrugada esteve deserta, na rua apenas o frio. Falastrões de todas as partes apareceram durante a tarde e à noite com discursos inflamados, imputando a fulano ou beltrano a responsabilidade pelo caos.

O pânico justificaria qualquer medida drástica que porventura policiais pudessem adotar na última madrugada, um Carandiru a céu aberto.

Com a polícia tão alerta, ouso dizer que a criminalidade tenha sido menor nas últimas horas em São Paulo, afinal, bandido esperto sabe a hora certa de agir.

30 agosto, 2006

UTILIDADE PÚBLICA

QUERIDOS AMIGOS,

O ARRASTA A REDE

VEM CUMPRIR MAIS UM DE SEUS PAPÉIS.

ABRE ESPAÇO PARA O QUE VOU CHAMAR

UTILIDADE PÚBLICA.

TODA VEZ QUE SE FAÇA NECESSÁRIO,

ESTA PORTA ESTARÁ ABERTA PARA

DEFENDER IDEAIS E SOBRETUDO,

A VERDADE.

CARTA RESPOSTA de ALDIR BLANC para ACM

"Amigos: Estou enviando minha crônica em resposta ao senador ACM que me chamou de "canalha". Não foi possível publicá-la, mas faço questão que ela seja lida pelo maior número possível de pessoas. Por favor, colaborem. Abraços, Aldir Blanc"


"BOLÔ-FEDEX

Leva, meu samba, meu mensageiro, esse recado...

O Sena-Sênior ACM, vulgo Malvadeza, me acusou de ser “um elemento lulista infiltrado” no JB. E concluiu seu arrazoado (?) me chamando de canalha.

Senadô-Skindô, por mais que eu viva nenhum elogio me trará orgulho maior do que ser chamado de canalha por V. Excrescência. Quem lê minha coluna sabe que o pau canta à direita, à esquerda e, claro, no centro, com igual prodigalidade. Espero que a grande famiglia pefelista já tenha providenciado junta médica competente para lubrificar os parafusos do Cacicão. A julgar pelas suas mais recentes declarações, as encrencagens, desculpem, engrenagens, estão precisando de uma lubrificada urgente: ginkgo biloba, piracetan, talvez um viagrinha... O senador, craque em prestidigitação, mais uma vez misturou as bolas: combatividade é muito diferente de baba paranóica escorrendo gravata parlamentável abaixo.

A ojeriza é mútua. Estou farto de maquiavelhos de fraldão deitando regras. Toda essa mixórdia envolvendo valeriodutos, mensaleiros, sanguessugas e saúvas, começa com políticos da sua estirpe. O mecanismo é manjado. Se as denúncias favorecerem meu partido, palmas, vamos apurar. Agora, se a canoa virar, o denunciante passa a bandido e fim de papo, vai ser preciso buscar a propina em outro guichê. A máscara-de-pau que descrevo acima é suprapartidária. Os que não a exibem são as exceções que confirmam as regras vigentes. Quando as regras rompem os diques e escorrem periferia abaixo, não há Lembo Pétala-Macia que evite derramamento de sangue - na maioria dos casos, inocente. Mas o meu negócio não é discurso, é galhofa. Já que falei em bolas misturadas... Dizem que um velho político pefelista, preocupado com as más performances nos palanques, procurou um médico, antigo cupincha de castelo e carteado.

- Tô com um problema, num sabe? Bem na... plataforma de lançamento.

- Hein?

- Pois é. Gases. Uma coisa impressionante. Além das explosões e dos odores, tem hora que chego a levitar. Uma assessora já foi arremessada contra meu contador de caixa 2. Estão hospitalizados. Isso não pode continuar.

O amigo explicou que aquela não era a especialidade dele, mas que pensaria no assunto, conversaria com colegas renomados, faria até pesquisa na internet.

No comício seguinte, o esculápio apareceu com um vidro misterioso, sem rótulo, e entregou ao político:

- É pra...

Mas o tumulto, o puxa-saquismo, os vivas, a euforia bem remunerada impediram a necessária e urgente troca de informações. Cerca de meia hora depois, o SSJE (Secretário para Superfaturamento Junto a Empreiteiras) agarrou o ilustre médico pelo paletó.

- Corre que o Chefe tá pegando fogo nas... nas partes baixas.

- O quê?!?

O socorrista encontrou o parlamentável feito um bebê, sem calças, com uma brutal reação alérgica na proa da região pélvica.

- Mas... Eu mandei você beber a poção e você esfregou nos...

- No calor da luta política, eu confundi peido público com pêlo púbico.

Aldir Blanc"

Até.

27 agosto, 2006

CURTAS



São Paulo, 26/04/2006

CONSIDERAÇÃO

Um acidente na interligação entre Radial Leste e o Elevado Costa e Silva, com a queda de um motoqueiro, é capaz de causar um congestionamento de 8 km. Em consideração a nós, motoristas do dia a dia, os moto-boys poderiam morrer ou correr um pouco menos!
São Paulo, 12/04/2006

Navio Negreiro

Existe um ônibus que circula nas madrugadas e leva para casa os motoristas e cobradores que estavam trabalhando até mais tarde e terminaram o expediente.

Em geral, sai do centro da cidade e vai, casa por casa, deixando as pessoas. Claro, como são funcionários de uma mesma companhia e sendo a distribuição dos ônibus da cidade feita em oito zonas, são praticamente moradores de uma mesma região. Ou quase.
Este ônibus tem o apelido de negreiro.Enquanto a madrugada ainda termina e o dia novo mal principia, poucos carros à rua, luzes amarelas dos postes acesas, movimento menor nas grandes avenidas vazias, Avenida do Estado e marginais mais escuras e alguns homens e mulheres que já saem para o trabalho; outros guerreiros aguardam pacientemente a sua vez de serem entregues a seus lares, a suas famílias, a suas vidas, a tudo aquilo pelo que realmente lutam.
São Paulo, 01/04/2006

Plantão da rádio USP

A polícia do campus procura um assassino perigoso. Se você costuma circular pelas ruas da Cidade Universitária, tome cuidado!
Uma série de ataques esquisitos vem atormentando a vida dos estudantes da USP.
Acompanhe a descrição do assassino; Baixa estatura, feições cerradas, trajando casaco de couro muito duro, aparentando 70 anos, o meliante, conhecido no meio, marginal como Jabuti, costuma agir à noite e come o cérebro de suas vítimas.
Especialistas acreditam que ao comer o cérebro das pessoas, o Jabuti, assimilaria o conteúdo de cada vítima, buscando assim, tornar-se um ser mais inteligente. Esta hipótese, porém, foi descartada depois de ter sido encontrado o corpo de um aluno da Poli.
Não se deixe enganar, este jabuti é geneticamente transformado por experimentos realizados na faculdade de Zoologia, de onde fugiu.
Não tentem capturar o animal, há boatos de que, Jabuti, seja apenas o próprio reitor.

21 agosto, 2006

OVO DE PÁCUA DE CHOCOLATE


foto- Mário C. de Oliveira

São Paulo, 30/03/2006

Semana passada, o serzinho mais doce do mundo, pegou as suas quatro “PETITAS”, foi até a sala e colocou-as dentro de uma gamela indígena que trouxemos da Bahia. Graciosamente aquelas pequenas mãozinhas, colocaram uma ao lado da outra, ao redor da luminária que fica dentro da gamela.

Pensei em chamar a Priscilla para ver, gostaria de fotografar o desprendimento maior, o todo entendimento daquela pequena flor, levando ao altar do sacrifício seus bens mais queridos. Nenhuma fotografia conseguiria captar a essência daquela prova de amor. Era só meu aquele privilégio.

Ana Lua deixou ali, toda sua nenezice, tomando a atitude de se tornar uma menina, não mencionou, ao longo destes dias, sequer uma vez, sua vontade de reavê-las. É nítido, ela se ressente, mas não verbaliza.

Minha filha é motivo de sobra para um caminhão de orgulho do papai. O ovo de Pácua de chocolate rosa, que o papai Noel trouxe estava lá, na gamela, ao amanhecer. Junto dele a certeza cada dia maior;

Ana Lua salvou minha vida !

O CARAPAU E A FLOR


São Paulo, 20/03/2006 (apud 16/03/2006).

Dando continuidade ao clima nostálgico do escritor que não escreveu, quinta-feira que passou, hoje é segunda, Priscilla, minha metade mais brava, trouxe-me um presente inesquecível.

Para quem ainda desconhece um dos sentidos mais generosamente tratado por mim, é o paladar. Ainda garoto, aprendi na mesa de casa a valorizar cada saborzinho diferente em cada almoço e jantar. Embora as dificuldades financeiras fossem grandes, todo esforço era revertido em uma excelente alimentação. Naquela mesinha amarela, da cozinha de flores amarelas, fui introduzido ao mundo da gastronomia.

Hoje, garfadas e garfadas mais sábio, meu prazer aguça a saliva toda a vez que pronuncio a palavra de origem japonesa SASHIMI. Isso mesmo; sou um devorador de peixe cru.

Via de regra, as pessoas preferem o salmão, de cor maravilhosa e textura inconfundível. Entretanto, eu e os sábios orientais, ainda assim preferimos o atum. Com sua tonalidade vermelho-amarronzada, paladar e maciez incomparáveis é a picanha mal passada dos sashimis.

Originalmente em São Paulo, e não Brasil, pois aqui está toda a referência para o assunto, sem bairrismo nem frescura, estes dois peixinhos eram acompanhados de um terceiro, menos famoso, que variava no máximo entre um ou dois tipos de peixe que me fogem à lembrança, desinteressadamente chamados apenas de “brancos”. Efetivamente não perdia em descartá-lo em detrimento dos outros dois, porém...

Cerca de três ou quatro anos atrás, descobri uma peixaria oriental no bairro do Ibirapuera, tendo feito lá descobertas incríveis. A maior delas sem dúvida é a anchova defumada, que só não é o título do texto porque o outro nome é mais talhado para tal. Não tentarei descrever sabores, anchova defumada é sensacional para sashimi.

Pois é, na última quinta-feira um gigantesco barco com 800 gramas de peixe cru ancorou na minha cozinha. Eu e meu metadão devoramos atuns, salmões, anchovas e... Serra e carapau. O primeiro com gengibre ralado e cebolinha, o segundo como veio ao mundo menos os espinhos e a pele, é claro. Todos eles, brancos ou quase brancos, deliciosos.

Aos apreciadores mãos à obra, aos reticentes, coragem, paciência e tentem novamente. Garanto valer a pena.

Quinta-feira teve festa e gostosuras no 22. Valeu flor.

17 agosto, 2006

Para falar de atualidades e primeiras impressões.


São Paulo, 20/03/2006

Hoje teve início a parte prática do meu curso de locução.
Minha professora de “FM” será Deborah Izola, do grupo Estado, formada em jornalismo pela Fiam, ex-rádio USP, detentora de uma voz que já ouvi algumas vezes, marcante e a princípio, competente.
Estou tentando me adaptar a este aparelho em minha boca, que dificulta bastante a minha melhor dicção e detestei ter sido alertado para falhas que efetivamente ocorreram por causa dele.
Continuo ansioso, minha primeira leitura ao microfone foi bastante elogiada pelos colegas e até pela professora.
É isso aí, todo empenho recompensa, obrigado pela aposta e pela torcida, Priscilla, Mamãe e Maria Cláudia. Obrigado pelo sacrifício filhinha, tudo isso não é por você é para você.
Papai te ama.

QUARTA-FEIRA


São Paulo, 16/03/2006 (apud 15/03/2006).

Comecei a quarta-feira dormindo até às 11h40min dando uma “banana” para o tribunal. Devido a um mega-cansaço acumulado, não consegui levantar e mandei mais uma falta que não estava muito nos planos.

Na volta para casa de terça, roubando o rodízio, passei na Juliana para colocar uns separadores nos dentes pré-molares, ou seriam molares? Com a finalidade de colocar as bandas no dia seguinte. O resultado mais uma vez, dentes doloridos. Quase não conseguindo mastigar. Preciso de disciplina e paciência, espero conseguir levar até o final esta aposta no aparelho.

Bem, levei a Ana Lua para brincar com a filha da Juliana, na saída, passei no tribunal para pegar a licença do Ricardo. Por não encontrar a Priscilla fui jantar na mamãe que já estava bem melhor em relação à segunda-feira, tendo inclusive passado no pronto-socorro.

De volta para casa, debaixo de chuva, passei no Ricardo para pegar a assinatura e a procuração.

Agora tenho dentes metálicos, tarraxas, arames e grades na boca.

Maria Cláudia comentou a respeito de uma entrevista na rede Bandeirante a realizar-se com os alunos do curso de dublagem que obtiveram maior destaque. Esta, porém foi adiada.

No fim da noite, uma “secadinha” no Palmeiras pela Libertadores. Esta foi a quarta-feira.

PARABÉNS


São Paulo, 16/03/2006 (apud 14/03/2006).

Olá, prosseguindo com a descrição da semana recém iniciada na pena e quase encerrada na rua, terça-feira.

Terça-feira foi o grande dia da primeira parte do curso técnico de locução.

De calça jeans e camisa florida, rapidamente ensaiei o texto, umas três vezes, apenas uma delas interagindo com os recursos eletrônicos, colocando para fora o que existe de ator dentro de mim. Experiência esta que ao final do dia me deixou esgotado. A ansiedade por fazer aceitavelmente a encenação, a tensão de não possuir o domínio do texto, e a vontade de um dia quem sabe, andar por estes caminhos também contribuíram para que eu ficasse exausto.

Efetivamente, sabia que o resultado para efeito de prosseguimento no curso, pouco importaria. O que interessava era o meu desafio pessoal. Criei boa parte dos textos, duas das três perguntas, elaborei, decorei, compus o figurino e declamei o direito de resposta. Manuseei uma hand-can, pela primeira vez e filmei a enquête no cenário de bar que eu ajudei a criar.

Soltei todas as amarras e travas dando vida ao apresentador do Quizz show. Confesso não ter enxergado ninguém na sala até o final da apresentação.

Sinto-me exercitando a arte de viver em sua plenitude. Ponto para mim.

15 agosto, 2006

AOS QUE BRADAM POR JUSTIÇA E APRENDERAM A ABOMINAR O TERRORISMO


São Paulo, 27/07/06

A tensão aumentou no Oriente Médio nas últimas duas semanas, mas a notícia foi ofuscada pelo circo televisivo de Suzane.

Em uma ação rápida, dizem, o Hezbolah matou oito soldados israelenses e aprisionou dois. Com a intenção de trocá-los por palestinos presos, muitos deles sem previsão de julgamento ou condenação.

A resposta de Israel foi dar início a um bombardeio às cidades localizadas ao sul do Líbano, inclusive a capital, Beirute.

O que causa indignação é o fato de todos saberem que as ligações do Hezbolah são com a Síria, país vizinho, e que o povo libanês não quer a guerra. Como poderia querer? Seu exercito é menor do que o contingente da polícia militar do estado de São Paulo!
Israel destruiu o aeroporto de Beirute, viadutos e pontes, centrais de abastecimento e ataca postos fronteiriços, onde pessoas em desespero procuram fugir do país.

A população civil enterra seus mortos, mais de 500, em meio a bombardeios. Embora pobre e apavorada, dá mostras de civilidade; não houve sequer um registro de saque pelas cidades.

Enquanto isso os EUA aproveitam sua condição de soberanos do planeta para continuar municiando a maior potência militar do oriente, criando condições para tomar posse, via Israel, da última fronteira que lhe falta para cercar a Síria por todos os lados.

Alguns líderes europeus sem sucesso e sem muita vontade, pedem intervenção da ONU.

Nossa sociedade acostumada a arrotar o que lhe é imposto, via TV, goela abaixo, deveria prestar mais atenção no que se apresenta. Desde o dia 11 de setembro de 2001, quando pouco mais de 3000 ocidentais, norte-americanos, morreram no atentado às torres gêmeas, os Estados Unidos atacaram impiedosamente o Afeganistão e o Iraque, destruindo famílias, vilas, cidades, nações, vidas. Construíram a desordem em países que a eles odeiam. Hoje inadministráveis, como bem já perceberam. Torturando, matando. Isto até os mentecaptos telespectadores brasileiros já perceberam. Criaram campos de concentração e expropriaram o petróleo alheio.

O tentáculo Norte-americano, pretensamente oculto, escondido ou não, atrás da estrela de Davi, dá mais um passo na sua brincadeira imperialista. Desafiando o mundo a duvidar de que os ataques promovidos por Israel não sejam atos terroristas. Terrorismo de Estado? Não!
Trata-se de homicídio.
Que me desculpem os judeus de boa vontade, a história está registrando, aos moldes do que fez 60 anos atrás, mais uma vez, horrendos e abomináveis crimes de guerra.

13 agosto, 2006

PARABÉNS, MAS CUIDE-SE MELHOR.



São Paulo, 16/03/2006 (apud 13/03/2006).

Olá, começo tardio de semana, hoje é quinta-feira, temas e mais temas, transitaram em minha mente em momentos que não pude escrever. Sempre que puxei a caneta, a inspiração me deixou.

A semana começou com macarrão ao molho de requeijão e manjericão. Fantástica combinação, domingo na casa da mamãe.

Segunda, novamente lá, um belo risoto de puro tomate, frango e ervilha, pão-de-ló recheado com damascos, doce de leite, nozes e ameixas. Coberto com chantilly e mechas de chocolate meio amargo deixando mais bonito e mais gostoso.

Mamãe sentiu-se muito mal apresentando tontura, suor, empalidecendo, sentindo frio, até o intestino falhou. Foi um susto, a pressão deve ter se alterado também e me custa um pouco entender minha mãe assim fragilizada.

Antes mesmo do final da noite, já estava bem, comemoramos seu 62º aniversário e tenho certeza de que ela ficou muito feliz ao ver as pessoas em sua casa. Amauri veio de Lorena, saindo seis da matina e voltando terça cedinho. Iara que esteve lá no domingo, ajudando no bolo e outras mais, levou o Valentin por quem tenho uma curiosa empatia.

O importante foi a oportunidade de comemorar mais um ano junto dela, espero que isso se repita por muito tempo. Parabéns.

LUA E ESTRELA


São Paulo, 10/03/2006

Ana Lua é a primeira e por enquanto única filha do casal Mário e Priscilla.

Hoje ela deve ter os seus 95, 96 cm de altura, tem dois anos e dez meses, possui bracinhos e perninhas macias e gordinhas, irresistíveis a belas mordidas. Porém morder é anti-didático e estou sendo obrigado a me sacrificar.

Ana Lua possui cabelos lindos e lisos como seda, de cor dourada, com leves toques de castanho claro, que formam um conjunto luminoso. Tiaras e presilhas costumeiramente escorregam, e uma cortininha de franja doce escorre pela testa cobrindo os olhinhos. Nos últimos meses tentamos deixá-los crescer, mas fomos obrigados a cortá-los, menos volume atrás e juruninha na frente.

Olhinhos brilhantes, atentos, curiosos, profundos; meigo olhar descobridor, olhar inteligente, não é vovó?

Bochechas de maçã perfeitas, narizinho de batatinha que é de família e um sorriso branco como só ela mesma, brancos como a minha Lua.

Esta doçura que encanta o papai vai para a escola, adora piscina, passeia na praia à noite, e ama seu ursinho. Sua pureza infantil alimenta minha alma.

ANA LUA É A ESTRELA DO PAPAI.